logo-kanal

UFGD recebeu R$115 mil de Bolsonaro para ações de prevenção ao uso de álcool aos indígenas

Compartilhar

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) recebeu uma verba de R$ 115 mil do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), via Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para investir no projeto de extensão CUIDAR. O projeto visa fomentar ações de prevenção ao uso de álcool e outras drogas entre indígenas e gestores locais na Reserva de Dourados.

A divulgação dos dados sobre os valores recebidos do governo federal ocorreu após um requerimento feito por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) em outubro de 2022. O pedido buscava informações sobre a execução orçamentária do Ministério em 2022 nas áreas específicas, incluindo a população LGBT, comunidades indígenas, comunidades negras e quilombolas.

Em resposta ao ofício, a pasta informou que o projeto CUIDAR em Dourados foi um dos contemplados com a verba federal. A proposta teve início em 2021 e na época, os projetos voltados para os indígenas eram demandados ao Ministério da Mulher, uma vez que ainda não existia o Ministério dos Povos Indígenas.

A proposta do projeto CUIDAR está sendo desenvolvida em parceria com as comunidades Guarani Kaiowá e Terena. Essas comunidades foram selecionadas para participar da fase piloto do projeto. O principal objetivo do CUIDAR é implementar medidas preventivas e oferecer suporte às comunidades indígenas e gestores locais diante dos desafios relacionados ao consumo de álcool e drogas.

O investimento do Ministério da Mulher no projeto CUIDAR demonstra o compromisso do governo em atender às necessidades específicas das comunidades indígenas e promover seu bem-estar. Ao focar na prevenção e no suporte, o projeto busca melhorar a saúde e a qualidade de vida da população indígena na Reserva de Dourados.

A UFGD, como instituição de ensino líder na região, desempenha a implementação e o monitoramento das atividades do projeto. Por meio de pesquisas, capacitação e envolvimento comunitário, a universidade contribui para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção ao abuso de substâncias e promoção do bem-estar das comunidades indígenas.

Mais R$ 250 mil

O projeto CUIDAR recebeu mais R$ 250 mil da Prefeitura de Dourados em 5 de junho deste ano. Os recursos, oriundos de emenda parlamentar da ex-deputada estadual Rose Modesto, foram convertidos à iniciativa.

Segundo o portal da UFGD, o reitor Jones Dari Goettert, destacou a participação do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), e demais entidades ao projeto e agradeceu a professora Gicelma Chacarosqui que coordena. “Eu agradeço em especial à professora Gicelma, por ter o cuidado de construir uma equipe multidisciplinar, por se disponibilizar a escutar a população indígena, por se colocar como interlocutora junto a vários órgãos, e por conversar com toda a classe política para pedir apoio ao projeto”, frisou o reitor.

Parcerias

A diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMS – Campus Dourados, Natalli Macedo Rodrigues Falleiros, falou que o projeto CUIDAR, ao atuar nas escolas, incentiva os jovens indígenas a sonhar com alternativas para o futuro. “Queremos estar nas aldeias porque queremos que mais jovens indígenas conheçam nossa instituição e venham estudar no IFMS”, disse Natalli.

O coordenador de Cultura da UFGD, Gil Esper, destacou que o projeto vai abrir mais portas para que os estudantes universitários realizem atividades de extensão nas aldeias e conheçam a realidade das comunidades indígenas douradenses.

Atualmente, uma equipe com mais de 60 estudantes, professores e técnicos administrativos da UFGD e do IFMS realiza ações nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em quatro eixos temáticos: agroecologia; interculturalidade, saúde e bem-estar; empreendedorismo e multimeios. O grupo já executou três mutirões de Saúde Preventiva levando os alunos de Medicina da UFGD para as aldeias; três encontros de formação de professores com o tema Agroecologia; implantação de hortas agroecológicas familiares e comunitárias e diversos outros cursos nas escolas e no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS). Essa abordagem multidisciplinar foi construída a partir das reivindicações da própria comunidade da Reserva Indígena de Dourados, após seis meses de reuniões realizadas em 2022.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *