Matheus veio a óbito na última quinta-feira ao ingerir cachaça comprada em uma conveniência perto de casa, levantando suspeita de ingestão de metanol
A perícia realizada nas amostras de urina e sangue coletadas em Matheus Santana Falcão, de 21 anos, que morreu na última quinta-feira (2) após ingerir bebida alcoólica, não apresentou presença de metanol.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) descartaram a causa da morte do rapaz por intoxicação pela substância e afirmou que exames complementares ainda estão em andamento.
“A Secretaria de Estado de Saúde foi notificada sobre a suspeita inicial de intoxicação por metanol e segue atuando de forma integrada com os órgãos de segurança pública e vigilância sanitária. Exames complementares seguem em andamento para a detecção de outras substâncias, bem como para apontar a causa da morte”, afirmou o Governo do Estado em nota.
Com o metanol descartado como causa da morte do jovem, volta para quatro o número de investigações por intoxicação pela ingestão da substância. Outros dois casos também foram descartados, um em Sidrolândia e outro na Capital.
Confira a nota na íntegra:
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), informa que os exames preliminares realizados pela Polícia Científica nas amostras coletadas da vítima de 21 anos, que faleceu na última quinta-feira (2), em Campo Grande, não identificaram a presença de metanol.
A Secretaria de Estado de Saúde foi notificada sobre a suspeita inicial de intoxicação por metanol e segue atuando de forma integrada com os órgãos de segurança pública e vigilância sanitária. Exames complementares seguem em andamento para a detecção de outras substâncias, bem como para apontar a causa da morte.
O Governo do Estado lamenta profundamente a perda do jovem, manifesta solidariedade aos familiares e reitera o compromisso com a apuração rigorosa dos fatos, adotando todas as medidas cabíveis para garantir a proteção da saúde pública.
Fiscalização
O estado de Mato Grosso do Sul tem passado por inspeções regulares através de ações do governo do Estado. Neste final de semana, uma operação integrada por vários órgãos apreendeu garrafas de bebida vencidas ou de procedência desconhecida, como energéticos, vinhos, licores e cachaças.
Boates, tabacarias e conveniências na Capital e no interior passaram por fiscalização no último final de semana após as suspeitas de ingestão de metanol no Estado.
Ainda na última semana, em fiscalização na rodovia BR-262, aproximadamente 900 quilos de garrafas vazias de whisky, escondidas na carroceria de um caminhão, escondidas propositalmente em meio de uma carga diversificada, na parte frontal do baú, para dificultar a localização.
Conforme apurado pela reportagem, a possível hipótese é de que as garrafas fazias poderiam ser utilizadas para falsificação de bebida alcoólica ou possível introdução de metanol, em razão da repercussão nacional do caso.
Como não apresentavam nota fiscal, foram apreendidas e encaminhadas à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), que está à frente das investigações sobre falsificação de bebidas.
Antídoto
O Ministério da Saúde iniciou a distribuição de etanol farmacêutico, antídoto usado no tratamento de intoxicações por metanol. A primeira remessa do medicamento começou a ser distribuída no último sábado (4) aos estados que fizeram solicitações para reforçar seus estoques.
Assim, 580 ampolas foram enviadas a cinco unidades federativas brasileiras. 60 vieram para o Mato Grosso do Sul, 240 para Pernambuco, 100 para o Paraná, 90 para a Bahia e 90 para o Distrito Federal.
A iniciativa faz parte das ações do Ministério da Saúde frente aos casos suspeitos e confirmados por intoxicação por metanol registrados no país nas últimas semanas. As entregas estão sendo feitas em articulação com as secretarias estaduais de saúde.
Contando com essa remessa, já foram distribuídas 4,3 mil ampolas aos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) por hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
No sábado, também, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a aquisição de mais 12 unidades de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, que são medicamentos usados no tratamento da intoxicação por metanol.