As confusões tem escalonado de forma cada vez mais violenta, com relato de brigas entre gangues rivais
A violência entre grupos rivais de estudantes tem causado medo e insegurança na comunidade escolar da Escola Estadual Padre José Scampini, localizada no bairro Coophavila II, em Campo Grande. Nos últimos meses, a instituição tem sido palco frequente de brigas, ameaças e confrontos, tanto dentro como fora do ambiente escolar.
O problema, segundo denúncias feitas por alunos da própria escola, vai além do que já foi registrado em vídeos que circularam nas redes sociais. Estudantes relataram à reportagem que a rivalidade entre jovens dos bairros Caiobá e Tarumã vem crescendo e se manifesta por meio de intimidações verbais nos corredores, perseguições nas ruas e até agressões físicas.
“Eles passam gritando ‘quem é do Caiobá vai rodar’ ou ‘Caiobá vai levar pipoco’. Quando saímos da escola, os alunos do Tarumã chamam outros meninos, muitos com facas, para intimidar”, contou uma estudante.
No último dia 5 de setembro, uma briga envolvendo duas meninas, uma delas gestante, chamou a atenção pela gravidade. Segundo relatos, este tipo de confronto tem sido recorrente: “Toda semana é uma briga diferente”, complementa a estudante, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A situação piorou no dia 11 de setembro, quando uma briga generalizada mobilizou diversas equipes da Polícia Militar. Segundo testemunhas, integrantes de uma gangue formada por estudantes do bairro Caiobá teriam ido até a escola com o objetivo de confrontar rivais do Tarumã. O conflito começou em frente ao colégio e se estendeu até as imediações do Centro Comunitário do bairro e da própria base da PM na Avenida Marinha, com relatos de estudantes armados com facões.
Moradores registraram os momentos de tensão em vídeos que mostram estudantes correndo, trocando agressões e usando objetos como armas. A PM foi acionada e conseguiu controlar a situação, detendo alguns dos envolvidos. O número de apreensões, porém, ainda não foi divulgado oficialmente.
Apesar das medidas adotadas pela direção da escola, como solicitação de rondas da GCM (Guarda Civil Municipal) e tentativas de mediação dentro da unidade, os confrontos continuam acontecendo fora do alcance da equipe escolar.
“Tem dia que é tranquilo, quando a polícia está na frente da escola. Mas depois que passamos o portão, até chegar no ponto de ônibus, já começam os olhares de ameaça do outro lado da rua. Dá medo”, relata.
Segundo os próprios estudantes, a motivação da rivalidade não tem causa definida, já que ‘eles só gostam de brigar e ameaçar’.
A comunidade escolar pede ações mais efetivas por parte das autoridades de segurança pública, como presença policial contínua nas imediações da escola durante os horários de entrada e saída, além de acompanhamento psicológico e social dos envolvidos.
Por meio de nota, a SED (Secretaria de Estado e Educação), informou que a confusão aconteceu fora da unidade escolar. “Foram realizados os devidos encaminhamentos previstos em Regimento e Protocolo da Rede Estadual de Ensino, envolvendo a chamada dos pais/responsáveis, bem como o acionamento da Ronda Escolar”, pontuou.
Agora o caso segue sendo acompanhado pela secretaria, por intermédio da Coordenadoria-Geral de Inteligência e Segurança Escolar, para garantir a segurança e bom andamento das atividades.