Amora, companheira da família há 14 anos, foi atacada durante passeio; tutor foi levado à delegacia
“Levou um pedaço de mim, a minha companheira”. O desabafo é de Edna Bataglia, de 75 anos, que teve a cachorrinha Amora, uma poodle que estava há 14 anos na família, violentamente morta por um pitbull na manhã desta sexta-feira (1º). O ataque aconteceu na região do Jardim Panamá, em Campo Grande, quando o marido de Edna, Osny Duarte, de 78 anos, passeava com a fiel aliada na praça do bairro.
Segundo boletim de ocorrência registrado na Depac Cepol, a cadela da raça pitbull estava solta na rua, sem qualquer vigilância. Populares ainda tentaram conter o animal, mas não conseguiram evitar a morte de Amora. “Meu marido passeia todos os dias com ela. Ele lutou com o cachorro. Ele pegava e não soltava. Fiquei com medo de que matasse o meu marido também”, relatou Edna, por telefone.
O responsável pelo animal, um morador da região, foi localizado momentos depois. Ele contou à polícia que havia saído para o trabalho e que sua esposa permaneceu na residência. No entanto, ela também saiu em seguida e, ao abrir o portão, a pitbull teria escapado.
O animal foi capturado pelo filho do casal de idosos, com apoio da Polícia Militar, e amarrado em um terreno próximo. O tutor foi encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos e pode responder por omissão de cautela na guarda de animal, contravenção prevista no artigo 31 da Lei de Contravenções Penais.
Abalada, Edna não conseguiu comparecer à delegacia. Ela conta que Amora era sua fiel escudeira, dormia ao lado da cama e a acompanhava em todos os momentos. “Ela só faltava falar. A gente se entendia pelo olhar. Era nossa companheira. Já joguei a roupinha dela fora. Vai ser muito difícil. Essa dor no meu coração eu vou levar enquanto eu viver”, lamenta.
O corpo da poodle foi levado a uma clínica veterinária pelo filho do casal. Lá, o profissional confirmou que, só nesta semana, outros dois cães morreram em situações semelhantes envolvendo pitbulls. Em meio à comoção pela perda da companheira, Edna ainda faz um alerta.
“Foi minha cachorrinha, mas poderia ser uma criança. Uma pessoa que tem um bicho desses, todo cuidado é pouco”, declarou. Ela também afirmou que pretende depor e cobrar a responsabilização dos tutores. “Não quero dinheiro. Quero que eles respondam. Não pode acontecer com mais ninguém.”.