Neste domingo (13), é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Popular nas redes sociais, esse tipo de condição ainda suscita muitas dúvidas entre as famílias. Para ajudar os pais, especialistas dão dicas sobre os sinais que merecem atenção
Seu filho está fazendo a lição de casa e, de repente, se distrai com o celular. Se deparar com esse tipo de cena não é tão incomum no mundo moderno. Afinal, os pequenos estão cercados por estímulos visuais e tecnológicos. Contudo, ultimamente, muitas famílias têm se questionado se esse tipo de comportamento estaria associado ao TDAH. A sigla, que se refere ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, se tornou popular nas redes sociais.
O que é TDAH?
É preciso ter cautela com esse tipo de suposição, pois nem toda a desatenção está relacionada com um diagnóstico de TDAH — que é o transtorno do neurodesenvolvimento que afeta o funcionamento do cérebro.
O primeiro passo é verificar se os sintomas estão prejudicando a vida da criança (prejuízo funcional) e causando sofrimento. Lembrando que identificar o TDAH não é tão simples, sendo necessário o olhar de um profissional especializado nesse tipo de quadro.
Certos alunos, por exemplo, são mais prejudicados do ponto de vista pedagógico, tendo um mau desempenho na escola, enquanto outros apresentam mais dificuldades de relacionamento. “A criança que fala sem pensar e é impaciente pode ter problemas de se relacionar com os colegas”, ressalta a psiquiatra Fabricia Signorelli Galeti, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Neste domingo (13), é comemorado Dia Mundial de Conscientização do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A data marca um momento importante para promover uma maior compreensão das famílias sobre esse tipo de condição. Confira alguns critérios utilizados pelos especialistas para identificar os TDAH em crianças.
Como saber se meu filho tem TDAH?
Segundo Fabricia Signorelli Galeti, para fechar o diagnóstico de TDAH, os profissionais de saúde costumam considerar três fatores principais:
- Os sintomas precisam estar presentes nos últimos seis meses
- Os sinais causam prejuízo funcional, isto é, prejudica a vida das crianças
- As manifestações clínicas se apresentam em diferentes ambientes, não só na escola, onde há mais demanda, mas também em casa, no clube, na aula de karatê, natação (…)
Quais são os principais sintomas de TDAH?
Esse tipo de transtorno do neurodesenvolvimento é caracterizado por 18 sintomas, organizados em dois grupos principais:
- 9 relacionados à desatenção: nesse caso, a criança costuma mostrar dificuldade de manter o foco, se distrai com facilidade, reluta em fazer atividades que demandam um esforço mental maior e tem episódios de esquecimento.
- 9 relacionados à hiperatividade: os pequenos tendem a ficar mais agitados; correm, pulam com frequência; têm dificuldade de esperar a sua vez para falar e ainda se colocam em situações de risco.
No entanto, há ainda a possibilidade de o paciente apresentar os sintomas dos dois grupos: “Para o diagnóstico, não existe a necessidade de que a criança tenha os 18 sintomas. Em crianças e adolescentes, são necessários seis, enquanto na vida adulta pelo menos cinco”, explica Fabricia Signorelli Galeti. Caso identifique esses sinais, procure um profissional para fazer o diagnóstico clínico do seu filho.
Quando os sintomas de TDAH costumam aparecer?
O psiquiatra da infância e adolescência Guilherme V. Polanczyk, professor da Faculdade de Medicina da USP, reforça que o transtorno costuma aparecer na infância e está associado a uma lista de sintomas. “Não é só desatenção. São vários prejuízos. Uma avaliação clínica pode diferenciar”, enfatiza.
O psiquiatra ainda destaca que crianças com TDAH tem um risco maior de usar mais eletrônicos. “[As telas] sequestram a atenção de quem tem menos controle sobre a própria atenção, por isso, aumentam o risco de desenvolver dependência”, explica o especialista.
