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De tornozeleira, delegado suspeito de corrupção faz turismo no Uruguai

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Investigado por apropriação de carga contrabandeada, ele está afastado, mas recebendo salário

 

Mesmo usando tornozeleira eletrônica e afastado das funções por ordem judicial, o delegado Luccas Rodrigues Gomes viajou para o Uruguai, onde passou os últimos dias como turista. A defesa informou à Justiça que ele ficaria fora do país entre os dias 17 e 25 de junho e que retorna nesta terça-feira (25).

Durante o período em que esteve no Uruguai, o delegado Luccas Rodrigues Gomes compartilhou em suas redes sociais fotos de momentos de lazer, como imagens de sua estadia na praia e vistas do céu durante o voo.

Nas publicações, ele usou a legenda “É parte que o sol me ensinou”. A música escolhida para acompanhar as imagens foi “A Força Estranha”, de Gal Costa, com o trecho “A força estranha que há em mim / Me pede pra não ter medo”.

A situação chama atenção por envolver um servidor público sob monitoramento judicial, acusado de envolvimento em um dos mais polêmicos casos recentes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

Investigação – Luccas Gomes, junto aos investigadores Dagoberto Peters e Fernando Cesar Guerra Bagordache, foi afastado do cargo no início do mês por suspeita de se apropriar de uma carga de contrabando. A mercadoria havia sido apreendida de um conhecido contrabandista que atua no distrito de Vila Vargas, em Dourados, a 251 km de Campo Grande.

Delegado em momento com a família na praia durante viagem (Foto: Reprodução/Instagram)

O caso segue em segredo de Justiça. A decisão que afastou os três policiais foi publicada em portaria assinada pelo corregedor-geral da Polícia Civil, Clever José Fante Esteves, e determina suspensão das atividades por 90 dias.

Além do afastamento, os envolvidos estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica, medida comum em processos que envolvem suspeita de desvio de conduta dentro das forças de segurança.

Conforme apurado, o delegado Luccas Gomes está atualmente morando na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. Durante o período de investigação, ele, assim como os demais investigados, teve férias suspensas e foi obrigado a entregar itens de uso da corporação, como camisetas com a identificação da Polícia Civil. O acesso aos sistemas internos da instituição também foi bloqueado.

Vista aérea durante voo. Publicação feita enquanto estava em viagem (Foto: Reprodução/Instagram)

Fernando Guerra está lotado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados e atuou até o ano passado na Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira). Dagoberto Peters era integrante do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª DP de Dourados. Luccas Gomes, por sua vez, é delegado da 2ª Delegacia de Polícia do município.

A conduta dos três segue sendo apurada tanto na esfera criminal quanto administrativa.

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