logo-kanal

MP aponta que ex-vereador usou esquema com 4 “frentes” para lavagem de dinheiro

Compartilhar

 

A estratégia incluía rede de familiares, “laranjas”, empresas de fachada e blindagem patrimonial

 

Na quarta fase da operação Tromper, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que o grupo liderado por Cláudio Serra Filho (ex-secretário de Finanças de Sidrolândia e ex-vereador de Campo Grande), o Claudinho Serra, empregava modelo de lavagem de capitais estruturado em quatro estratégias.

“Os elementos colhidos sugerem um modelo de lavagem de capitais estruturado em quatro frentes principais: uso de familiares, interpostos (“laranjas”), empresas de fachada e blindagem patrimonial”, aponta a promotoria.

No caso da rede familiar (mãe, irmã e esposa), a investigação detalha um ciclo de retorno disfarçado de propina. O dinheiro sob suspeita também passava por empresas de fachadas. Para o MP, vetores de dissimulação e integração de valores ilícitos.

“O Lava Jato do Turquinho, controlado informalmente por Carmo Name, recebeu cerca de R$ 95.000,00 em cinco dias, com destaque para os repasses de 24 e 25/07/2023, além de 15/09/2023. A MedMari, embora sem atividade médica comprovada, movimentou R$ 14.700,00. A JL Serviços quitou boletos da mãe de Cláudio, reforçando o vínculo fraudulento”.

Segundo o MPMS, o lava jato foi desativado em 2021. Mas em 24 de julho de 2023,  recebeu $ 70.000 fracionados em quatro transferência. No dia seguinte, 25 de julho, mais R$ 15 mil (fracionados em transferências de R$ 10 mil e R$ 5 mil). Nos dias 26 e 27 de julho, o valor foi de R$ 5 mil, respectivamente.

Claudinho Serra lê trecho da Bíblia durante sessão da Câmara de Campo Grande (Foto: CMCG/Divulgação)

O empreendimento estava localizado no bairro Santo Antônio e em imagem postada na rede social, Carmo Name Júnior apareceu lavando até avião. Ele é apontado como braço direito de Claudinho e voltou a ser preso no dia 5 de junho.

Por conta dos desdobramentos da investigação, Claudinho Serra também retornou à prisão. Na quarta-feira (dia 11), ele teve habeas corpus negado pela Justiça.

A operação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Batalhão de Choque, Força Tática da Polícia Militar, além da assessoria militar do MPMS.

O esquema envolvia contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica, sendo apurado que a atuação da organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.

O advogado Tiago Bunning, que representa Claudinho Serra, diz que não existe fato novo que embase a nova prisão, sendo material referente aos anos de 2022 e 2023.

“Não tem nenhum indício de dilapidação do patrimônio, de ocultação de bens, de lavagem de dinheiro, nada depois que a investigação foi deflagrada contra ele no ano passado, em 3 de abril”, disse o advogado, em entrevista ao Campo Grande News na última quinta-feira (dia 12).

Conforme o advogado Márcio Messias de Oliveira Sandim, que atua na defesa de Carmo Name, a prisão foi desnecessária, com possibilidade de ser substituída por medidas cautelares diversas da prisão.

“O MP questiona tudo, fazem o papel deles. A defesa, por sua vez, só precisa esperar o momento certo para justificar o que for necessário”, diz Sandim.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *