Consórcio entre empresa K-Infra e a Galapagos Capital venceu disputa ofertando 9% de redução no valor da tarifa de pedágio
A Rota da Celulose, projeto que ofertou à iniciativa privada cinco rodovias em Mato Grosso do Sul, foi a leilão na tarde de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Entre quatro propostas, a do consórcio Rotas da Celulose, formado pelas empresas K-Infra e Galapagos Capital, foi a vencedora da disputa, com a proposta de reduzir em 9% a tarifa de pedágio proposta para a rodovia.
A previsão é de que a cobrança comece a partir do 13º mês de contrato. Com isso, o pagamento deve iniciar no segundo semestre do ano que vem.
O projeto da Rota da Celulose é composto pelos trechos das rodovias estaduais MS-040 (de Campo Grande a Santa Rita do Pardo), MS-338 (de Santa Rita do Pardo a Bataguassu) e MS-395 (de Bataguassu ao entroncamento com a BR-267), além de trechos das rodovias federais BR-262 (que liga Campo Grande a Três Lagoas) e BR-267 (que liga Bataguassu a Nova Alvorada do Sul). Ao todo são 870,3 quilômetros de rodovias.
Após o leilão, de acordo com o Escritório de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul (EPE), “a empresa será convocada para assinar o contrato no prazo de 60 dias”.
Se o prazo foi cumprido corretamente, em julho o contrato deverá ser assinado. Assim, em agosto do ano que vem, os motoristas que circulam pelas rodovias já terão que pagar pedágio nas 12 praças previstas.
Conforme o edital publicado pela EPE em janeiro deste ano, o valor do pedágio varia de R$ 5,60 (na BR-267, em Bataguassu) a R$ 18 (na BR-262, em Ribas do Rio Pardo).
O valor é superior ao edital publicado no ano passado, no qual a previsão de pedágio variava de R$ 4,70 a R$ 15,20.
Entretanto, o valor total publicado no estudo do EPE receberá um deságio de 9%, conforme a proposta do consórcio Rotas da Celulose, vencedora do leilão. Com isso, o valor dos pedágios deverá variar entre R$ 5,09 e R$ 16,38.
Dessa maneira, para percorrer os mais de 870 km de concessão, um carro deverá pagar R$ 151,06, contabilizando o valor do “desconto”.
LEILÃO
Depois de um leilão deserto no ano passado, na primeira tentativa de licitar a Rota da Celulose, quatro grupos fizeram proposta para comandar os 870,3 km das cinco rodovias que estão localizadas no leste do Estado, em região onde há grandes fábricas de celulose instaladas.
Além dos vencedores, também se interessaram pelo projeto de Mato Grosso do Sul o BTG Pactual Infraestrutura 3, que estava representada pelo Itaú, o consórcio Rotas do Brasil, representados pela Corretora Guide, e o consórcio Caminhos da Celulose, formado pelas empresas XP Infra V Fundo de Investimento e Participações e outras empresas.
Após o resultado, o governador Eduardo Riedel comemorou o grande interesse, já que esse foi um dos leilões mais disputados entre os ofertados pelo governo federal desde o ano passado.
“Um agradecimento especial às empresas que acreditaram nesse projeto, também horas de dedicação, de medição, avaliação. Todas empresas idôneas”, declarou Riedel.
“Deixo aqui um Estado de oportunidade, um Estado que caminha a passos largos para a reconfiguração completa de sua infraestrutura. E aqui estamos falando das nossas rodovias, das nossas ferrovias e das hidrovias, que precisamos ativas transportando mais de 10 bilhões de toneladas, dos nossos aeroportos, que voltaremos aqui em breve para discutir os regionais. Nesse Estado encravado no Centro-Oeste brasileiro que vocês terão grandes oportunidades de atuação”, completou o governador.
EMPRESAS
Conforme o ministro dos Transportes, Renan Filho, que esteve presente no leilão, essa é a primeira vez que o fundo de investimentos imobiliários Galapagos participou de uma licitação para administrar rodovias no Brasil, suplantando ofertas de gigantes do setor.
A empresa K-Infra, por sua vez, já tem experiência no setor, atuando na concessão de 180 km de rodovias no estado do Rio de Janeiro. No leilão, porém, o consórcio foi representado pelo diretor do fundo de investimentos Galápagos, Rafael Gonçalves.
“Estamos comprometidos em fazer com que essa concessão seja um sucesso e contribua fortemente para a economia de Mato Grosso do Sul e em seu crescimento, assim como no do Brasil”, declarou.
Em seu discurso, Riedel chegou a chamar a empresa de “esposa” e deu boas-vindas ao Estado.
“Obrigado Galapagos, a esposa de Mato Grosso do Sul. Vamos ter que conhecê-la, muito bem-vinda ao nosso estado. Da mesma maneira que seremos parceiro no dia a dia para construção, fiscalização, dos desafios a serem superados, contem conosco para a gente poder transformar isso da maneira exata como está colocado no projeto do nosso leilão”, declarou.