Entre as obras que receberão R$ 23 milhões em investimentos estão o Centro de Belas Artes, a Avenida Gunter Hans e várias creches
Para cumprir a promessa enunciada pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, durante sua posse no cargo, a prefeitura investirá o total de R$ 23.775.144,95 para retomar cinco obras paradas na Capital.
A obra com o maior orçamento será a de R$ 9,6 milhões para terminar a construção do corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro.
Das cinco obras informadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande (Sisep) que terão retorno dos trabalhos, três serão em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis).
“Os resultados das licitações para a conclusão das Emeis Jardim Anache, Radialista e Vila Popular foram homologados em novembro de 2024 e a ordem de serviço para iniciar as obras deve ocorrer nas próximas semanas”, disse a Sisep, por meio de nota.
Já a Emei Vila Popular volta às obras com R$ 1,7 milhão para serem gastos.
Em maio de 2024, das 13 construções de Emeis inacabadas, apenas três haviam sido retomadas, enquanto as demais estavam em fase de ajustamentos de projeto ou de licitação.
A prefeitura acrescentou que ainda está em andamento a abertura de licitação de outras duas Emeis inacabadas – uma na Vila Nathália e outra no Jardim Talismã.
Conforme apurado, as Emeis Vila Nathália e Talismã tinham valor pactuado para sua execução oriundo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mas foram paralisadas na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal.
Na Emei Vila Nathália, de acordo com informações do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do governo federal, a obra está 49% concluída.
Iniciada no dia 28 de outubro de 2019, essa obra que custou mais de R$ 4,2 milhões durou apenas um ano, uma vez que a empresa contratada pela Sisep – a Gomes & Azevedo Ltda. – enviou um ofício à prefeitura, no dia 18 de dezembro de 2020, informando que o serviço seria paralisado por falta de pagamento.
Desde então, o local está abandonado e a placa que informava detalhes do empreendimento foi retirada.
A falta dessas creches resulta no déficit de vagas nas Emeis. Em 2023, 9 mil alunos estavam na fila de espera de creches, porém, conforme informações do início do ano letivo de 2024, esse número diminuiu para 6.919 crianças. Ainda assim, o déficit na área só registrou uma queda de 23%.
De acordo com dados de 2023 da pesquisa Educação Já Municípios, feita pela ONG Todos Pela Educação, um levantamento realizado com 18 mil crianças de 0 a 3 anos de Campo Grande apontou que somente 6 mil estavam matriculadas em Emeis da Capital.
O estudo também mostrou que apenas 46% das crianças em Campo Grande tiveram uma alfabetização adequada, estando abaixo da média nacional de 55%.
TRANSPORTE E CULTURA
Outra obra a ser retomada é a de intervenção no corredor de ônibus na Avenida Marechal Deodoro, que começou em fevereiro de 2021. O objetivo era a entrega de 1,1 km de drenagem e 5,5 km de recapeamento, além da instalação de estações de pré-embarque, até o fim do mesmo ano.
Em abril de 2021, o então titular da Sisep, Rudi Fiorese, disse que a entrega da obra era uma prioridade da prefeitura. Porém, durante o andamento dos trabalhos, ocorreram mudanças de licitação, e desde maio do ano passado – quando a empresa responsável pelas obras desistiu da empreitada – não houve mais intervenções nesse projeto.
Na época em que a empresa abandonou o contrato, a alegação foi de que os valores estavam defasados. O projeto faz parte do último trecho do Corredor Sudoeste, o qual também inclui as ruas Guia Lopes e Brilhante.
Já com relação à reforma e à adequação do Centro Municipal de Belas Artes de Campo Grande, orçado em R$ 7,7 milhões, o processo licitatório foi concluído tendo como licitante vencedor a CR Arquitetura e Construção.
O complexo cultural é um verdadeiro elefante branco, uma vez que está sendo construído há 33 anos.
Agora, porém, terá mais uma tentativa da prefeitura de finalmente terminar o espaço.
A obra do Centro de Belas Artes, localizada no Jardim Cabreúva, começou a ser feita em 1991, projetada inicialmente para ser o Terminal Rodoviário de Campo Grande, mas foi paralisada em 1994.
Posteriormente, em 2006, o governo do Estado doou a estrutura para o município. Na época, a prefeitura decidiu adequar o espaço para servir de Centro Municipal de Belas Artes.
De lá para cá, ocorreram outras intervenções – todas elas paralisadas. Assim, o prédio continuou abandonado desde então, tornando-se alvo de vandalismo, além de ser um desperdício de verba pública, uma vez que grande parte da construção se deteriorou e agora precisa ser refeita.
Obras que a prefeitura pretende destravar em 2025
- – Corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro
*Orçamento: R$ 9,6 milhões
* Objetivo: Conclusão de 1,1 km de drenagem, 5,5 km de recapeamento e instalação de estações de pré-embarque.
- – Emei Jardim Anache
* Orçamento: R$ 2 milhões
* Finalidade: Retomar e concluir as obras da escola de educação infantil.
- – Emei Radialista
* Orçamento: R$ 2,6 milhões
* Finalidade: Concluir a construção da escola de educação infantil.
- – Emei Vila Popular
* Orçamento: R$ 1,7 milhão
* Finalidade: Finalizar a construção da escola de educação infantil.
- – Centro Municipal de Belas Artes
* Orçamento: R$ 7,7 milhões
* Objetivo: Reforma e adequação do prédio localizado no Jardim Cabreúva, originalmente projetado para ser um terminal rodoviário.
Total: R$ 23.600.000,00