Investigação aponta que presentes são indícios de favorecimento por parte do magistrado
Investigação da PF (Polícia Federal) sobre suposto esquema de venda de sentenças no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) revelou que o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues costumava ganhar bebidas requintadas de advogados os quais tinham casos com o magistrado.
Conforme documento, o magistrado mantinha proximidade com advogados que tinham casos a serem decididos por ele.
Um dos exemplos citados pela PF é uma troca de mensagens com o advogado Felix Jayme, que estava no Shopping China – em Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã. O advogado ‘negocia’ caixas de vinhos portugueses e whisky para o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues.
As informações foram extraídas pela PF através de mensagens trocadas entre o desembargador e o advogado.
Na conversa, Felix estava no Shopping China e manda fotos de garrafas de bebidas para que o desembargador possa escolher quais quer.
Então, Felix diz que irá levar 4 garrafas do Whisky Willian Peel e 10 caixas do vinho português Papa Fígo. Depois, manda vídeo exibindo as bebidas e recebe uma figurinha de joinha do desembargador.
PF pediu prisão de desembargadores, empresários e advogados
A PF pediu a prisão de 12 dos 26 investigados por suposto esquema de venda de sentenças no TJMS.
Entre os que tiveram pedido de prisão representados pela autoridade policial estão os cinco desembargadores que foram afastados do cargo: Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel, Sérgio Fernandes Martins e Marcos José de Brito Rodrigues.
Além deles, também foi representada prisão do conselheiro afastado do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), Osmar Domingues Jerônymo, e seu sobrinho Danillo Moya Jerônymo – que é servidor do TJMS.
Também foram alvo de pedidos de prisão: Júlio Roberto Siqueira Cardoso – desembargador recém-aposentado flagrado com R$ 2,7 milhões que foram apreendidos -, Diego Moya Jerônymo (parente de Osmar Jerônymo e proprietário da empresa DMJ Logística e Transportes Ltda), Everton Barcellos de Souza (sócio da DMJ), Percival Henrique de Sousa Fernandes (proprietário da PH Agropastoril) e o advogado Felix Jayme Nunes da Cunha.
Confira a lista dos investigados pela PF em operação que apura venda de sentenças no TJMS:
1) Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
2) VLADIMIR ABREU DA SILVA (desembargador) – residência
3) MARCUS VINICIUS MACHADO ABREU DA SILVA – residência e escritório
de advocacia
4) ANA CAROLINA MACHADO ABREU DA SILVA – residência e escritório de
advocacia
5) JULIO ROBERTO SIQUEIRA CARDOSO – residência
6) NATACHA NEVES DE JONAS BASTOS – residência
7) MAURO BOER – residência
8) ALEXANDRE AGUIAR BASTOS (desembargador) – residência
9) CAMILA CAVALCANTE BASTOS BATONI – residência e escritório
10) SIDENI SONCINI PIMENTEL (desembargador) – residência
11) RODRIGO GONÇALVES PIMENTEL (filho de Sideni) – residência, escritório e demais locais de
trabalho
12) RENATA GONÇALVES PIMENTEL – residência e escritório
13) SÉRGIO FERNANDES MARTINS (presidente do TJMS) – residência
14) DIVONCIR SCHREINER MARAN (desembargador aposentado) – residência
15) DIVONCIR SCHREINER MARAN JUNIOR (filho de desembargador) – residência e escritório
16) MARCOS JOSÉ DE BRITO RODRIGUES (desembargador) – residência
17) DIOGO FERREIRA RODRIGUES – residência e escritório
18) OSMAR DOMINGUES JERONYMO (conselheiro do TCE-MS) – residência
19) FELIX JAYME NUNES DA CUNHA – residência
20) EVERTON BARCELLOS DE SOUZA – residência
21) DIEGO MOYA JERONYMO – residência
22) DANILLO MOYA JERONYMO (sobrinho de Osmar Jerônymo e servidor do TJ) – residência
23) PERCIVAL HENRIQUE DE SOUSA FERNANDES – residência
24) PAULO AFONSO DE OLIVEIRA – residência
25) FABIO CASTRO LEANDRO – residência
26) ANDERSON DE OLIVEIRA GONÇALVES (advogado que mora em Cuiabá apontado como lobista do advogado Roberto Zampieri) – residências em Brasília e Cuiabá,
e locais de trabalho
27) FLAVIO ALVES DE MORAIS – residência