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Professora agrediu criança na mesma escola de alto padrão onde houve denúncia de estupro

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Casos de agressões são relatados desde 2022 à escola

 

 

 

Imagens do circuito interno da mesma escola de alto padrão onde uma menina de 5 anos teria sido abusada por uma auxiliar de professora, em investigação pela Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), revelam que uma professora já agrediu um menino, com apertos e beliscões.

Pelas imagens, que são de 2022, é possível ver quando a criança se movimenta na cadeira, quando, em seguida, é puxado pela professora. O menino pega na blusa da profissional e logo depois a criança é mantida presa na cadeira.

A criança tenta sair da cadeira, mas tem o braço apertado pela professora – que depois o tira da cadeira e o coloca em outra mesa da sala de aula. O relato da criança é que era constantemente era beliscada pela professora, e soma-se à denúncia de estupro publicada na última quarta-feira.

Na mesma época do vídeo, a mãe da menina que teria sido abusada por uma assistente pedagógica relatou que procurou a direção da instituição para relatar que a filha estava reclamando de ser colocada constantemente de castigo e de receber tapas da professora. Quando a mãe relatou os fatos, e disse ter conhecimento do caso retratado no vídeo, a direção confirmou os fatos e demitiu a professora.

Um áudio enviado à mãe pela direção da escola, confirma os fatos: “ Oi, Maria*. Lembra daquele dia que você falou do play (vídeo interno), passamos a monitorar e é isso mesmo. Mandamos ela (professora) embora. Pode ficar tranquila.”, traz o áudio. (Maria é nome fictício para preservar a identidade da genitora).

Outras crianças teriam sido vítimas de agressões físicas e psicológicas. Não há informações se a auxiliar de professora suspeita de estupro de vulnerável foi intimada a prestar depoimento ou se foi presa. A Polícia Civil investiga o caso.

Sobre o vídeo que mostra a agressão, a escola, em um primeiro momento, disse que a direção estava em reunião. Questionados sobre o vídeo, o telefone foi desligado.

“Vou morrer, mãe?”

Sentimento de impotência: É assim que a mãe da menina de 5 anos abusada em uma escola de alto padrão, em Campo Grande, no mês de setembro, tem se sentido ao lidar com os indícios de crime cometido contra a sua filha, por uma auxiliar de professora.

“Estou me sentindo péssima. Minha filha está fazendo terapia”, disse a mãe da criança abusada pela auxiliar de professora. Ao Jornal Midiamax, a mulher contou que a filha está muito assustada e que tem crises de ansiedade e reforçou que outras crianças também teriam sido agredidas e sofrido agressão psicológica.

Conforme o relato da mãe da criança, a filha teria perguntado, ainda, se iria morrer. “Ela está com medo porque a professora falava que o monstro viria pegar, caso contassem alguma coisa para alguém”. Ainda de acordo com a mãe, desde o ano passado, muitos pais passaram a desconfiar do comportamento dos filhos, e quando foram até a escola para conversar foram ameaçados.

“A escola tem esta conduta de fazer ameaças. Você não pode falar nada da escola”, disse a mãe que ainda acrescentou que a escola disse que processaria os pais, caso não abafassem o caso. “Muitos pais estavam passando por problemas em casa, e começaram a acreditar que isto seria o estopim para o comportamento dos filhos”, disse a mãe.

A mãe ainda relatou o terror que a filha passou a viver desde 2023. “Minha filha relatou diversas vezes dores de cabeça e dores abdominais sem motivo aparente, eu levei ela inúmeras vezes ao médico e nunca achamos causa para as queixas. Eu sempre conversei muito com a escola, mas era repassado muita segurança para os pais e fui iludida de que estava tudo bem, que era apenas coisa de criança”, disse a mãe..

Confira o manifesto na íntegra:

“Tinha plena confiança na escola. E mesmo com minha filha me pedindo para sair, eu a mantive lá, justamente por confiar na escola. E ela acabou se acostumando com as agressões e terror psicológico. Desde início 2023, relatou diversas vezes de dores de cabeça e dores abdominais sem motivo aparente, eu levei ela inúmeras vezes ao médico e nunca achamos causa para as queixas. Eu sempre conversei muito com a escola, mas era repassado muita segurança para os pais e fui iludida de que estava tudo bem, que era apenas coisa de criança.

“A escola banalizou a denúncia, não se importou com a criança que cresceu lá dentro, nunca questionou nada sobre o fato, nunca me deram nenhum apoio, muito pelo contrário, negaram as imagens de câmeras quando foi solicitado, imagens extremamente importantes para o processo. Eu sei que a escola viu as imagens e constataram os abusos. É muito triste e deprimente não ter tido nenhum tipo de apoio da escola que depositei minha confiança, meu bem maior, mais precioso, tudo que eu considerava importante na minha vida naquela escola, e recebi em troca uma violência irreparável, descuido, descaso, indiferença e uma normalização de um caso tão grave.”

Denúncia de abusos na escola

A DEPCA (Delegacia de Pronto Atendimento à Criança e ao Adolescente) investiga o caso de uma auxiliar de sala de uma escola particular de alto padrão de Campo Grande, acusada de estuprar uma menina de 5 anos, agredir outras crianças e fazer terrorismo psicológico com os alunos.

Localizada no bairro central da cidade, a escola tem mensalidade de cerca de R$ 1,8 mil e atende principalmente crianças e bebês. Após os episódios, a menina passou a desenhar momentos de terror vividos com a auxiliar.

A mãe da menina procurou a delegacia no dia 30 de setembro, após descobrir o crime. No dia 26 de setembro, a mãe percebeu que a criança estava com as partes íntimas vermelhas e inchadas, com sinais de inflamação. A menina chorava de dor e não deixou a mãe higienizá-la.

Conforme a mãe, a criança sempre ia tomada banho e trocada para a escola. Antes desse episódio, não houve nenhum outro indicativo de manipulação das partes íntimas da menina na unidade de educação.

Assim, quando a mãe perguntou para a criança, ela acabou respondendo que a professora tinha secado a região com força. Desconfiada, a mãe da menina marcou a pediatra da filha para uma consulta, e a médica pediu encaminhamento para uma psicóloga. Assustada, a mulher procurou a delegacia especializada, onde foi feito o registro da ocorrência.

‘Carimbo do beijo’

A criança foi ouvida em depoimento especial na delegacia, como também por uma psicóloga particular. Durante as sessões, a menina fazia desenhos de língua, beijos e de monstros. Para a psicóloga, a criança relatou que a professora havia secado suas partes íntimas com a boca.

Ela ainda revelou que era o ‘carimbo do beijo’, que a professora dava nos alunos. Desta forma, a auxiliar de sala ‘ganhava a confiança’ das crianças fazendo uma espécie de jogo. Ela beijava o rosto, os braços e relatava que aquele era o ‘carimbo do beijo’. Assim, beijava também as partes íntimas, chamando o ato de ‘carimbo do beijo’.

Os abusos aconteciam durante o banho das crianças, já que é o único local onde não há câmeras de segurança na unidade escolar.

Ainda de acordo com informações, outras crianças teriam sido abusadas pela professora. Conforme informações obtidas, a auxiliar de sala também mostrava vídeos de monstros para as crianças, dizendo que o bicho iria ‘comer suas pernas e braços’.

A mulher ainda agredia as crianças com tapas nas pernas e pedia para que elas não contassem nada a ninguém, senão ‘o bicho viria pegá-las’. A menina abusada pela professora começou a apresentar comportamentos agressivos.

Conforme informações, a criança passou a bater no irmão pequeno e a fazer xixi na cama. Além disso, passou a fazer desenhos estranhos, pedindo para que colocassem fogo e jogassem em um vaso sanitário.

Informações são de que outras crianças sofreram terrorismo psicológico e agressões da professora.

 

Pedido de câmeras de segurança

A advogada da família da criança entrou com pedido para acesso às câmeras de segurança. “Imprescindível a solicitação de todas as imagens do circuito interno de câmeras de segurança do estabelecimento, entre os dias 25/09/2024 a 26/09/2024 para apuração da dinâmica dos fatos e apuração dos dados para solucionar como se deu o abuso sexual que vitimou a filha da Autora e possivelmente mais duas crianças da mesma idade e turma.

“Objetivo: verificar imagens para elucidar os fatos de quem deu banho na criança, de tempo de duração, se a porta estava fechada e avaliar o comportamento da vítima e da suposta agressora, não só no dia da agressão (abuso sexual na hora do banho), mas no dia anterior, verificar um padrão de trabalho das professoras”, diz o pedido.

Em contato com a escola, para saber se a auxiliar de sala foi afastada ou quais procedimentos foram adotados e foi informado, em ligação gravada, foi informado que a professora ‘nunca fez parte do quadro de funcionários da unidade escolar’.

A informação é rebatida por mães de alunos, já que ainda na última terça-feira (29), ao buscar o filho na escola, a auxiliar foi vista na unidade escolar, trabalhando e transitando normalmente.

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