Beber menos água no inverno pode trazer problemas que comprometem o bom funcionamento do organismo como a desidratação
A maioria das pessoas tende a beber mais água durante o verão ou nos dias mais quentes, devido ao calor ou à sensação térmica elevada. No entanto, o que nem todos sabem é o quão comum é as pessoas ficarem desidratadas durante o inverno.
Segundo a nutricionista Edilceia Domingues do Amaral Ravazzani, professora e coordenadora do curso de nutrição do Centro Universitário UniBrasil, isso acontece devido às perdas de líquido corporal que se mantêm elevadas durante os dias frios dessa estação do ano.
“Porém, esses níveis de desidratação muitas vezes são menos percebidos, assim como os indivíduos tendem a não ingerir água regularmente no inverno, entendendo que não há necessidade de manter o consumo como no verão”, ressalta a mestre em ensino nas ciências da saúde com especialização em nutrição clínica.
Importância para o organismo
A educadora explica que o corpo humano é formado por um elevado percentual de água, que responde por importantes funções em nosso organismo, como a hidratação do corpo, pela composição das células e do sangue, assim como pela lubrificação das articulações e mucosas.
A professora acrescenta, ainda, que a água também é usada em todos os processos digestivos do nosso organismo, sendo responsável pela eliminação de resíduos, entre outras funções. “Logo, para manter a homeostasia, beber água é fundamental”, assegura.
De acordo com Edilceia, a água é o melhor líquido para se ingerir quando o objetivo é a hidratação, uma vez que ela será absorvida facilmente pelo organismo, devido à composição. Porém, outros líquidos são importantes e podem trazer benefícios à saúde, entre eles, sucos naturais, chás e alimentos suculentos, como algumas frutas e vegetais.
Quantidade de água recomendada
A orientação de Edilceia quanto à ingestão de líquidos é de 35ml de água para cada quilo de peso corporal para adultos e de 50ml a 60ml de água por quilo de peso corporal para crianças. A nutricionista lembra ainda que bebidas como refrigerantes não são adequadas para hidratação, pois são ricas em sódio e aumentam a osmolaridade, levando o organismo a requisitar água logo após a ingestão.
“Assim quando se utiliza essas bebidas com a intenção de ‘matar a sede’, ela passa logo após sua ingestão, porém, minutos depois a sede retorna. Por isso, o ideal é hidratar com água, sempre”, complementa.
Sinais de desidratação
No dia a dia é possível identificar os sinais que o corpo nos dá, expressando que está desidratado, salienta a coordenadora. “A sensação de boca seca é um dos primeiros sinais da desidratação. Entretanto é importante ficar atento à diminuição da diurese.
“Se a eliminação da urina diminuir, se a urina estiver escura e com odor forte, também são sinais de que o organismo está com falta de água, assim como dores de cabeça, tontura e fraqueza. Além disso, quando a desidratação fica severa, os batimentos cardíacos aumentam e a pele perde a elasticidade”, explica a nutricionista.
A especialista enfatiza também a importância de compreender que a desidratação é algo grave e que sintomas como cãibras e fraqueza muscular também podem ocorrer com uma perda de percentual do líquido corporal. “Se a desidratação não for tratada, ou seja, se o indivíduo não receber líquidos, o quadro pode agravar. A insuficiência renal, os problemas cardíacos – como infarto e a perda da capacidade do organismo em regular a temperatura corporal – são riscos latentes”, alerta.
Mudança de hábito
Apesar de todos os benefícios para a saúde, muitas pessoas têm dificuldades para manter o hábito de beber água várias vezes ao dia. A nutricionista explica que quando não se desenvolve o hábito de beber água na infância é mais difícil mantê-lo na vida adulta. “A maioria das pessoas associa a necessidade de ingestão de água à sede. Porém, a sede quando presente é um sinal de que nosso organismo já está com falta de água”, reforça.