Gaeco descobriu que dinheiro era repassado para empresas fictícias, mas que seriam para benefício do investigado
O ex-coordenador da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) agiu sozinho para desviar mais de R$ 8 milhões dos cofres da entidade para empresas fictícias, criadas por ele, mas que eram para benefício próprio. Esses recursos eram repassados pelo Governo de Mato Grosso do Sul e seriam usados para pacientes que necessitavam de intervenções cirúrgicas.
Esse rombo deixado pelo investigado foi descoberto durante a apuração realizada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que culminaram na Operação Oscurità, deflagrada nesta quarta-feira (31).
Segundo relatado pelo Ministério Público, o ex-coordenador era responsável por praticar um desvio de dinheiro público repassados pelo governo estadual, em razão de convênios firmados para o atendimento de pacientes ostomizados – pessoas que precisaram passar por uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura ou caminho alternativo de comunicação com o meio exterior, para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação.
A prática criminosa acontecia desde 2021, quando o investigado direcionava compras realizadas pela entidade, com dinheiro público, para empresas fictícias criadas por ele, mas que acabavam indo para benefício próprio. Foi apurado na investigação que o rombo nos cofres da entidade ficou em R$ 8.066.745,25.
A APAE colaborou com a investigação e após um levantamento, a entidade descobriu que após o afastamento do ex-coordenador, foi registrada uma substancial redução nos custos das compras de produtos antes realizadas pelo investigado.
O alvo da operação também foi denunciado pelo crime de corrupção passiva, cuja denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário em 28 de junho de 2024.
