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Aero Rancho perde e Nova Lima agora é mais populoso

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Com 41,1 mil pessoas, moradores acreditam que o rótulo de mais perigoso não combina mais

 

Após 12 anos sendo referência de maior número populacional de Campo Grande, o bairro Aero Rancho se estabilizou e perdeu a colocação para o Nova Lima, que está com mais de 41,1 mil pessoas, segundo cálculo inicial feito pelos técnicos da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano). Os números levam em consideração os dados censitários, divulgados recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o último Censo, feito em 2010, eram 36.037 pessoas vivendo no Bairro Aero Rancho. Consolidado, o número populacional do bairro não mudou muito nesses anos, caindo para terceira colocação. Por outro lado, o crescimento do Nova Lima foi puxado pelo preenchimento das áreas que estavam vazias e a construção de “habitações subnormais” lotou o Centro-Oeste, que é o segundo mais popular.

Fábio Nogueira, economista e diretor de geoprocessamento da Planurb, explica que o fenômeno de consolidação de um bairro acontece naturalmente. Não há mais território para onde crescer e os grupos familiares dali estão estruturados, filhos cresceram e migraram para outros lugares.

“O que aconteceu no Bairro Centro-Oeste foi a fixação das famílias da Homex e do Samambaia. Então, lá tem aglomerados subnormais, as favelas. Também tem a questão da Moreninha, que é ali perto, onde os filhos das pessoas que moram lá saíram de casa e naturalmente foram para a região em expansão mais próxima, exatamente o Centro-Oeste”, explica o especialista.

Quando visualizamos a região do Bairro Nova Lima, pelo sistema Sisgran (Sistema Municipal de Indicadores de Campo Grande), é nítido o boom habitacional com a construção no Shopping. Por lá, na Rua Jerônimo de Albuquerque, os moradores têm muito orgulho de onde cresceram e acreditam que o estigma de bairro perigoso já não existe mais.

Imagem aérea do Bairro Nova Lima (Imagem: reprodução Sisgran)

É o caso do vendedor ambulante Florindo Bispo Filho, de 52 anos, que saiu do município de Miranda, a 208 km da Capital, há 13 anos e desde então é morador fiel do Nova Lima. “Aqui tem de tudo, até shopping! Minha irmã mora no Aero Rancho e estou no trabalho de convencer a vir morar e trabalhar aqui, porque oportunidade de emprego e casa bacana tem”, disse.

Proprietária de uma venda de salgados, Anelice de Oliveira, 35 anos, até sente falta das idas ao Centro para alguns passeios, mas a praticidade de resolver tudo sem enfrentar o trânsito também é interessante. “No nosso bairro encontramos o que precisamos, até serviços públicos. Realmente, a única coisa que falta é terminar o asfalto. Quando terminar esse asfalto, ai vai estar completo”, termina.

Anelice de Oliveira atendendo uma cliente em sua lanchonete (Foto: Alex Machado)

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