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Após denúncia de racismo contra criança de 4 anos, pai recebe ameaças em escola de Campo Grande

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Pai ainda ouviu em reunião que filha seria o problema

 

Após denunciar um caso de racismo contra a filha de 4 anos, gerente administrativo de 29 anos alega que recebeu ameaças na escola, durante reunião, nesta sexta-feira (7). Segundo ele, a direção do colégio, na Vila Nasser, em Campo Grande, disse que o problema seria a criança.

O caso foi denunciado ontem, na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), depois que a menina chegou em casa, na hora do almoço, pedindo para arrancar os cabelos, pois a professora teria dito que era “feio” e deveria ser “liso”.

Chocados com o relato da filha, os pais tentaram acalmar a criança, que ainda detalhou outros momentos de racismo.

“Ela contou que a professora falou que o cabelo dela era feio porque era enrolado e tinha que ser liso”, conta o pai.

Ainda segundo ele, a filha narrou que não podia brincar com uma amiguinha por ser preta.

Os pais foram chamados para uma reunião após a denúncia. Acreditando que seria ouvido e pudesse resolver a situação, o pai conta que foi surpreendido com diálogo ameaçador.

“Minha filha está destruída psicologicamente, a escola me chamou para conversar me dizendo que arrumariam um psicólogo para ela, pois ela não brinca, não interage com outras crianças, tenta tomar o lanche das outras crianças e ainda disseram que minha filha pega as coisas das outras crianças e esconde na própria mochila, dando entender que minha filha é a problemática, ladra, e que o problema vem de casa”, conta.

Incrédulo, o pai conta ter ouvido que, se seguisse adiante com a denúncia de racismo, o outro lado tomaria providências.

“Fui coagido a não fazer nada, caso contrário providências seriam tomadas a respeito e dependendo do da minha escolha. A professora procuraria os direitos dela, por se sentir ofendida com a acusação”, relata.

A criança não quis ir à escola, pedindo para não ver mais a profissional. O enteado de 11 anos, que também estuda na instituição, não quis voltar ao colégio pelo episódio envolvendo a família.

“Colocaram como se a minha família estivesse se vitimizando com um caso desse, já passei muita coisa na minha vida calado, mas não posso permitir que façam isso com minha filha”, desabafa.

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