Célio Rodrigues Monteiro, lotado na 5ª DP, foi flagrado em coversa de 20 minutos, na frente da unidade de segurança, com investigado por tráfico em viaturas
O policial civil de Mato Grosso do Sul Célio Rodrigues Monteiro, de 51 anos, foi alvo de busca e apreensão da operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) no dia 26 de março, para combater esquema de tráfico de cocaína com a participação de agentes de segurança pública.
É a segunda investigação do Gaeco em que ele é alvo. Na operação Omertà, de combate a milícias armadas, “Manga Rosa”, como é conhecido, chegou a ser réu, e acabou inocentado na Justiça.
De acordo com a investigação jornalística do Primeira Página, o que motivou o novo pedido do Gaeco à Justiça em relação ao policial foi o flagrante de uma conversa, na porta da delegacia onde ele trabalha com um traficante investigado na Snow.
No dia 23 de novembro do ano passado, foi filmada um encontro de 20 minutos com Douglas Lima de Oliveira Santander, o “Dodô”, contra quem a operação cumpriu mandado de prisão por envolvimento no esquema. “Dodô” é apontado como traficante de drogas.
Com autorização judicial, foram feitas buscas na casa de Célio e no local de trabalho, a 5ª Delegacia de Polícia Civil, no bairro Piratininga, em Campo Grande.
Na visão do Gaeco, não foram achados elementos para um pedido de prisão preventiva, como ocorreu com outros dois policiais civis, Anderson César dos Santos Gomes e Hugo Cesar Benites.
Porém, entendeu o grupo, é imprescidível apurar as circunstâncias envolvendo o policial Célio.
A alegação é de que há indícios de participação dele na organização criminosa alvo da operação.
Os promotores citam o fato de que a organização se vale da atuação de policiais civis para a tarefa ilegal de transportar droga e para evitar ser alvo de persecução das autoridades de segurança.
Há provas de uso de viatura para o “frete seguro” de cargas de cocaína. O termo vem do fato de o disfarce policial é perfeito para evitar fiscalizações nas estradas.
Quem é
Douglas de Lima de Oliveira Santander, o “Dodô”, anota o Gaeco, estava preso por homicídio decorrente de uma dívida de drogas.
Ele e mais 21 pessoas foram alvos de mandado de prisão na operação Snow. Também foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, incluindo os dois em endereços ligados ao policial “Manga Rosa”.
Celio Rodrigues Monteiro foi alvo da III fase da operação Omertà, sob acusação de lavagem de dinheiro. Na época, estava lotado na Delegacia de Homicídios, em Campo Grande, cujo titular de então, Márcio Shiro Obara, chegou a ser preso.
Ambos foram inocentados pelo juiz de primeiro grau. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recorreu e o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ainda não decidiu a respeito.
A Polícia Civil informou, por meio da assessoria de imprensa, que a Corregedoria da corporação abriu investigação interna em relação ao policial Célio.
Não foi localizada a defesa dele para se manifestar.