Infelizmente, o machismo ainda se faz presente todos os dias em grande parte da nossa sociedade. Apesar de fazer muita gente torcer o nariz para esse tema tão importante, ele precisa ser discutido, por mais que já esteja enraizado na nossa cultura.
E se você é mulher, engana-se se pensa que esse tipo de atitude se restringe apenas aos homens. Por mais absurdo que pareça, mulheres também podem ser machistas. Mas você sabe realmente o que é o machismo?
Machismo é toda forma de discriminação às mulheres que tenha como objetivo inferiorizar, controlar e desqualificar uma pessoa pelo simples fato de ser mulher.
Ou seja, qualquer forma de uma pessoa recriminar alguém simplesmente por ela ser mulher, caracteriza machismo. E não é “apenas mimimi”, já que ele é o principal fator que desencadeia a violência contra a mulher.
E os números no Brasil mostram que não é apenas uma reclamação descabida, porque em 2016, segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança, uma em cada três mulheres sofreram algum tipo de violência. Por isso, a Defensoria Pública de São Paulo lançou a cartilha “Vamos falar sobre masculinidade?”, com orientações sobre como combater o machismo. Além disso, traz também esclarecimentos sobre violência, Lei Maria da Penha e como ajudar.
O mundo precisa mudar e que a melhor forma de começar é mudando a si mesmo. Por isso, para auxiliar na formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e promover uma atitude positiva para a construção de um mundo melhor, separamos algumas dicas para você começar agora:
Cantar mulheres na rua não te faz mais homem
Se você é mulher, já deve ter passado por essa situação. Ninguém quer ouvir falta de respeito, não importa com que roupa você esteja ou o horário em que está andando na rua. A principal desculpa quando alguma mulher se opõe a isso é a famosa frase “só estou elogiando, não gosta de ser elogiada?”. E a resposta é sim, todo mundo gosta. Mas um assédio na rua não é elogio: só demonstra que você não tem respeito.
Arrumar a casa ou cuidar dos filhos não te faz menos homem
A casa não é sua também? Então fazer as tarefas domésticas e tomar conta dos filhos não é uma atividade exclusiva só porque uma pessoa é mulher. Cada ocupante de uma casa tem a mesma responsabilidade em cuidar dela, limpando-a e organizando-a regularmente. Em uma sociedade em que todas as tarefas são divididas, não faz sentido algum falar que está “ajudando a mulher” nas tarefas de casa.
Aqueles termos ou piadas que você já ouviu antes não são engraçados
Pare de reproduzir aquelas frases como “tinha que ser mulher”, “mulher minha não faz isso” ou “as mulheres têm que se dar o respeito”. Além de ser extremamente discriminatório, querer que as pessoas sejam como você não vai fazer elas realmente serem. Cada mulher é única e tem o único propósito de agradar somente a si mesma. Se ouvir essas coisas de amigos e familiares, faça sua parte e reprima-os.
Pare de colocar a culpa na vítima
Uma mulher que sofre violência sexual e doméstica não “pediu por aquilo”. Quem cometeu o crime é o único responsável por ele. Acreditar que uma pessoa colocou a própria vida em risco “porque quis” não faz o menor sentido.
Dê apoio e ajude se encontrar uma mulher sofrendo machismo
Se presenciar alguma situação de assédio, abuso, agressão física ou verbal contra uma mulher, não deixe passar. Essas situações são muito delicadas, mas você deve ter em mente que a vítima está em desvantagem. Por isso, pergunte se ela precisa de ajuda, aconselhe-a a fazer uma denúncia ou chame a polícia. Qualquer ajuda sempre é válida.
Ensine as crianças
O machismo só continua a existir porque as crianças reproduzem os pensamentos retrógrados dos pais. Quando você era criança, já deve ter ouvido a frase “homem não chora”, né? Fazer com que as crianças entendam que homens devem demonstrar seus sentimentos e aprender o significado da palavra “não” são essenciais para criarmos seres humanos mais responsáveis e civilizados.
Respeite
Não menospreze a luta das mulheres que estão constantemente se expondo para buscarem a igualdade de gênero. Chamar alguém de “feminazi” simplesmente porque uma mulher está em busca dos seus direitos não vai te tornar superior, muito pelo contrário: vai demonstrar o quanto você não está contribuindo para um mundo mais justo. Por isso, deixe rótulos de lado e comece a fazer sua parte.