Raiva e impunidade são alguns dos sentimentos que amigos e familiares compartilharam nas redes sociais após saberem da soltura de Ewerton
A família e amigos de Bruna Moraes Aquino, assassinada a tiros no Jardim Itamaracá, em setembro de 2021, se revoltou com a decisão da Justiça de soltar Ewerton Fernandes da Silva, principal suspeito de cometer o feminicídio contra a jovem enquanto eles estavam em um veículo Volkswagen Gol.
A decisão aconteceu durante uma audiência de instrução e julgamento na última sexta-feira (15). Na oportunidade, a defesa apresentou o pedido de revogação da prisão e, após as testemunhas de acusação serem ouvidas, o suspeito recebeu liberdade provisória, mas com algumas medidas cautelares, como a utilização da tornozeleira eletrônica.
Ele também não poderá se aproximar dos familiares da vítima e deve manter uma distância de até 300 metros dessas pessoas, além de estar proibido de sair da cidade sem a autorização do judiciário. O processo ainda corre na Justiça e uma nova audiência de instrução e julgamento está marcada para o dia 25 de março.
Essa situação deixou a família em extrema indignação. A tia de Bruna usou as redes sociais para reclamar da decisão judicial. “Comprovado pela investigação que foi ele que matou minha sobrinha e mesmo assim, a justiça acha que ele não causa risco? Como assim? Que justiça é essa. Revoltante, sentimento de raiva e impunidade”.
Uma amiga também usou as redes sociais para desabafar sobre o caso. “Que tristeza isso, que justiça é essa? Onde vamos parar assim. Mundo injusto onde o safado sai como coitado”, destacou. A jovem ainda frisou que se ele fez isso uma vez, pode fazer de novo com outra pessoa.
“Se ele já fez isso com ela [Bruna] e passou impune, o que ele não faria agora”, finalizou.
Ewerton havia sido preso no dia 30 de outubro, mais de dois anos depois da morte de Bruna. A prisão do suspeito na época foi efetuada pela equipe da Guarda Civil Metropolitana.
Conforme a investigação da 4ª Delegacia de Polícia Civil, ele estava com mandado de prisão em aberto pelo crime de feminicídio. Ewerton ficou em silêncio e não relatou a motivação do crime. Contra ele pesa várias passagens pela polícia pelos crimes de roubo, furto, tráfico de drogas, violência doméstica e lesão corporal.
Relembre o caso
A vítima, Bruna Moraes Aquino, foi assassinada na noite do dia 1º de setembro em um carro modelo Volkswagen Gol. O suspeito do feminicídio teria forjado a morta da vítima que foi descoberta pela equipe policial.
Por volta das 20h, a Polícia Militar foi acionada para ir até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Universitário. No local, os militares foram informados que a jovem e o namorado haviam dado entrada com ferimentos de arma de fogo.
Diante das informações, os militares foram até a rampa de acesso da emergência e encontraram Bruna morta dentro do carro. Já em contato com o namorado, ele informou que estavam no veículo no Jardim Itamaracá quando foram atingidos.
Além disso, Ewerton contou que o atirador estava de roupas escuras, usava capacete e efetuou de 3 a 4 disparos. Ele contou que foi ferido no braço e correu para o posto ao notar que Bruna estava inconsciente.
Indagado sobre o possível autor, o rapaz disse desconhecer quem seria, mas que na data do dia 30 estavam em uma casa noturna, quando um homem conhecido como “Wellington” teria mexido com a vítima.
Ainda segundo ele, na ocasião, esse rapaz teria seguido eles e efetuado um disparo, que atingiu Bruna na nuca, mas que ela não quis registrar boletim de ocorrência.
No entanto, a perícia encontrou projétil de arma de fogo na porta do carro que é de propriedade de Ewerton.