Ainda com o pensamento na semana do Dia Internacional da Mulher percebe-se que ainda é preciso renomear as coisas…Guerreira? Maravilha? Resiliente ? Tô fora. Desisti dos rótulos positivos, porém punitivos, direcionados à mulher que luta.
Eu nunca tive plano B quando o assunto foi a sobrevivência. Também não trago aqui nenhuma história triste, miserável, para escrever. Por exemplo, nunca passei fome (Graças a Deus), mas já me vi soterrada de problemas.
E qual adjetivo que eu mais ouço? Batalhadora, determinada, combativa. Eu começo a desistir desse glossário que me aprisiona.
Estou começando a largar um monte de sonhos pelo caminho. Não comprei o meu apartamento, não consegui minha tão sonhada paz financeira ( ainda no processo) e os tais 8 quilos a menos, a plástica no pescoço, o perdão àquele pústula.
Tô abrindo mão de ticar todos estes itens. Talvez mais tarde. Talvez nunca. Vou pirar? Já pirei, então agora é catar os cacos e colar as miudezas espalhadas pelo chão.
Desisti de muitas coisas. Comecei listando todos os meus desejos. Doeu revê-los assim intocados, sem nenhuma serventia. Ficaram pelo caminho. Por anos eu me imolei. Agora dou de ombros. O que a maturidade traz é essa permissão de não dar muita importância. Mas desistir de mim? Isso, jamais.