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Preso na Sucessione, major da PM tinha agenda com nomes de marcados para morrer em MS

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Major era o ‘gerente’ da organização na disputa do jogo do bicho

 

Durante a deflagração da Operação Sucessione no cumprimento dos mandados de prisão contra envolvidos na organização criminosa na disputa do jogo do bicho, que segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), era liderada pelo deputado estadual Neno Razuk do PL, apreendeu uma agenda com nomes que estariam marcados para morrer.

A agenda apreendida pertencia ao major aposentado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como ‘Barba’. Quando flagrado na casa do Monte Castelo, o major teve uma agenda apreendida, onde havia anotações de nomes de ‘recolhes’ do grupo rival que eram alvos da organização liderada por Neno.

Na outra agenda de ‘Barba’, os nomes de recolhes estavam marcados para ações de intimidação e também havia todo o esquema do grupo rival de São Paulo que comanda o jogo do bicho em Campo Grande, que é alvo de disputa pelo grupo do deputado Neno Razuk.

Segundo a denúncia do Gaeco no âmbito da Operação Sucessisone, ‘Barba’ exerce um controle sobre os integrantes do grupo criminoso no que diz respeito às articulações da organização criminosa para a tomada do controle do jogo do bicho em Campo Grande, sempre atendendo aos comandos do líder, o deputado estadual Roberto Razuk Filho, Neno, do PL.

Quando flagrado na casa no Monte Castelo, em outubro deste ano, por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), ocasião em que foram apreendidas 700 máquinas do jogo do bicho, o major havia dito que estava na residência jogando com outras pessoas.

A casa em que o grupo foi encontrado em outubro havia sido alugada por um casal, que serve de base para a organização criminosa em apoio logístico. O aluguel da residência foi acordado em R$ 2.500.

Denúncia apresentada em dezembro de 2023 contra o deputado estadual Neno Razuk (PL), Roberto Razuk Filho, e outros 14 envolvidos com o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul foi recebida pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Reuniões com Neno

Consta na denúncia que Neno Razuk comprou uma casa, onde os membros da organização criminosa se reuniam todas as segundas, quartas e sextas-feiras. Um dia antes das máquinas do jogo do bicho serem apreendidas no Monte Castelo, foi decidido em uma dessas reuniões que eles ‘iriam para cima’ dos concorrentes.

Ainda de acordo com a denúncia, um veículo Volkswagen Polo, de cor branca, havia sido alugado para cometer os roubos dos malotes. Foram três malotes roubados de ‘recolhes’ do grupo rival, num total de R$ 15 mil.

Com os roubos, o grupo liderado por Neno tinha como objetivo trazer os ‘recolhes’ e apontadores de São Paulo para a organização, e por isso, os assaltos sempre vinham com ameaças aos membros do grupo rival.

Os veículos usados nos roubos aos malotes eram um Volkswagen Polo, um Fiat Pálio e um Hyundai HB20. Ainda segundo a denúncia, o grupo que seria liderado por Neno estava oferecendo além de R$ 4 mil para os ‘recolhes’ mais uma comissão de 5%.

A denúncia fala que “é representativo de uma reunião extraordinária da organização criminosa com todos os responsáveis pelos crimes, para discussão específica sobre fatos que motivaram as práticas (disputa pelo monopólio do jogo do bicho), resultados, planos de contingências, entre outros.”.

“Esse comportamento denota expertise do grupo criminoso na atividade ilícita, na medida em que permite que as discussões sobre a prática de crimes ocorram pessoalmente, sem deixar rastros em aparelhos celulares ou permitir a captação das conversas pelo Estado por interceptação telefônica etc., o que resulta da participação de pessoas acostumadas com investigações criminais (policiais).”, diz a denúncia do Gaeco.

No dia anterior ao flagrante feito pelo Garras, na casa do Monte Líbano, o grupo havia se reunido definindo que ‘iriam para cima’ dos concorrentes. O major teria participado de um dos roubos dos malotes do grupo rival.

Major Gilberto Luiz foi preso na primeira fase da Operação Sucessione, quando foram expedidos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de prisão foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã.

O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ele um mandado de busca e apreensão. Na casa do deputado foram apreendidos celulares, uma pistola e um tablete do filho de Neno Razuk.

Segunda fase da Sucessione

Jonathan Gimenez Grance, conhecido como ‘Cabeça’, sobrinho de Jarvis Pavão, Gerson da bateria, ex-fornecedor da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), e o militar aposentado, Carlito Gonçalves Miranda conhecido como ‘Gambá’ foram alvos de busca e apreensão na segunda fase da Operação Sucessione, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), no último dia 20 deste mês, segundo informações obtidas.

Segundo apurado, os alvos das buscas em Campo Grande não foram encontrados, já que pelo menos dois estariam viajando. Conversas extraídas dos celulares apreendidos na primeira fase teriam apontado para os nomes alvos de busca nesta segunda fase da Sucessione.

O ex-fornecedor da Sejusp prestava serviços de manutenção nos veículos da secretaria junto de outras credenciadas, mas atualmente não presta mais o serviço à Sejusp. Nesta segunda fase havia pedido de prisão para o militar aposentado além do mandado de busca. 12 prisões foram convertidas em preventivas.

Pedidos de prisão

  • Diego de Souza Nunes,
  • José Eduardo Abdulahad, conhecido como ‘Zeizo’
  • Júlio César Ferreira dos Santos,
  • Luiz Paulo Bernardes Braga,
  • Major Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como ‘Barba’;
  • Mateus Aquino Júnior;
  • Roberto Razuk Filho, Neno Razuk, que foi indeferido;
  • Sargento Manoel Luiz Ribeiro, conhecido como ‘Manelão’;
  • Taygor Ivan Moretto Pellissari;
  • Tiano Valdenor de Moraes;
  • Valmir Queiroz Martinelli;

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