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Demolição no Bosque: prefeitura diz que área é privada e não pode intervir

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Confusão se iniciou na terça-feira, quando grupo de homens chegou com patrola derrubando muro de terrenos

 

A briga de terrenos no Bosque da Saúde, em Campo Grande, já se estende para o quarto dia. A Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) informou que visitou os locais e identificou que se trata de áreas de propriedade privada.

“Portanto, não compete ao município intervir na disputa. As partes envolvidas devem recorrer aos meios legais disponíveis para a resolução do impasse. Ressaltamos nosso compromisso contínuo com políticas habitacionais dentro de nossas competências e em conformidade com a legislação vigente”, destacou em nota.

Na noite de quinta-feira (8), ocorreu mais uma demolição na região, entre as ruas Itabira e Mirabela. Desta vez, uma casa e uma loja de materiais de construção foram destruídas.

Um trator e um caminhão caçamba foram retirar os entulhos, mas acabaram indo embora com intervenção da polícia.

O tenente Rodrigues, da Polícia Militar, informou que o homem acusado se comprometeu a retornar somente quando tiver decisão judicial e que ele não tinha autorização da Prefeitura para fazer a demolição.

A dona da loja, Kátia do Prado, de 46 anos, contou que comprou o estabelecimento em 2013 e que tem a documentação.

“Em momento algum fomos avisados sobre reintegração de posse. Ontem, um homem chegou dizendo que tem a escritura, chegou com a máquina e derrubou tudo, mas não tem uma decisão judicial para a retomada da posse dos terrenos”, disse.

Ainda de acordo com ela, perdeu tudo que estava dentro da loja. “Todos os materiais, móveis, tudo que pertence à loja estava lá dentro na hora da demolição e perdi tudo, agora está tudo debaixo dos escombros. Isso daqui eu já perdi, o meu prejuízo já foi. O que me preocupa são os outros moradores, porque tem mais imóveis para ele derrubar”, destacou.

Casa da Maria Aparecida parcialmente demolida, no Bosque da Saúde (Foto: Henrique Kawaminami)

Já a dona da casa Maria Aparecida dos Santos, de 61 anos, mora desde 2010 no imóvel. Sua justificativa também é que tem como comprovação o contrato de compra e venda.

“Minha casa foi parcialmente demolida, mas ainda sobraram duas peças, o quarto e a sala. Toda a estrutura já está apresentando rachadura, mas nesse momento temos que ser corajosos, eu vou ficar aqui dia e noite, não vou sair. A gente deu um trabalho duro para construir e eu não posso perder”, lamentou.

Quanto ao prejuízo, as duas vítimas informaram que vão acionar a Justiça e pedir indenização sobre a situação.

Na última terça-feira (6), quando começou a confusão, cerca de cinco terrenos foram destruídos por um grupo, em pelo menos três ruas diferentes.

Segundo moradores da região, o local antes pertencia a uma imobiliária e os terrenos foram invadidos há cerca de 15 anos, mas está em processo de regularização. Nesse período, casas foram construídas, com muros e portões.

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