No dia 29 de Janeiro acontece em São Paulo Capital o Miss Beleza T Brasil. Será a noite de coroação do maior concurso para travestis e transexuais do pais, irá acontecer durante a Semana da Visibilidade Trans. Serão 27 meninas disputando o título. A vencedora vai ganhar a viagem para a Tailândia com tudo pago para participar do Miss Internacional Queen.
O Miss Beleza T Brasil é um concurso que reúne mulheres transexuais e que visa eleger, entre candidatas de cada estado, a representante nacional da beleza da mulher T brasileira. Realizado em São Paulo desde 2019, o concurso tem como missão a conscientização e a promoção de igualdade entre mulheres travestis e transexuais, tanto na sociedade como no mercado de trabalho. A vencedora de cada edição representa o país no Miss International Queen.
O concurso Miss Queen é destinado a mulheres transgêneras de diversas partes do mundo. Realizado na Tailândia desde 2004, o concurso tem como missão a conscientização e a promoção de igualdade entre homens e mulheres LGBTQIA+, tanto na sociedade como no mercado de trabalho, enquanto todos os lucros monetários do show são doados para a Royal Charity AIDS Foundation of Thailand, o qual a vencedora vira embaixadora durante seu reinado.
Matogrosso do Sul estará muito bem representada nessa noite de muito Glamour.

Emanuelle Fernandes tem 32 anos, é uma mulher transexual natural de Campo Grande. Ela é modelo e atualmente trabalha como recepcionista em uma clínica de estética, além de ter experiência com trabalhos no âmbito do movimento LGBTQI+.
Com uma beleza estonteante, olhar doce, fala meiga, rosto lindo e jeito de mulher, ela fala que ao longo dos anos foi fazendo algumas intervenções no rosto, com aplicação de hormônios e raspagem no osso no nariz.

Nascida ainda na década de oitenta, ela lembra que mal se falava na infância sobre homossexualidade, tão pouco sobre transexuais.
Só aos 18 anos, ela experimentou vestir pela primeira vez roupas e sapatos femininos. Demorou ainda quatro anos para se olhar no espelho e reconhecer a mulher que há tanto tempo permaneceu escondida, mas que nunca deixou de estar ali .

Questionada como nasceu o interesse pelo mundo glamuroso das misses Manu (como chamam os íntimos) respondeu com sorriso nos lábios como se estivesse fazendo uma viagem ao tempo e relembrou com orgulho alguns dos seus títulos:
“Em 2007 eu conheci uma casa noturna chamada Bistrot que tinha muitos artistas transformistas e lá acontecia O Miss Gay Campo Grande , nesse mesmo ano comecei a arte do transformismo e acabei ganhando o meu primeiro concurso nesse mesmo ano. Desde então participei de todos os concursos que pude. Amo esse universo, fui Miss Campo Grande em 2007, Miss Mato Grosso do Sul em 2010 e representei o Estado no Miss Brasil conquistando o terceiro lugar, Miss beleza trans em 2012 e atualmente Miss Beleza Trans Mato Grosso do Sul e representarei nosso Estado no Miss Brasil”.

Questionada sobre a importância desse concurso para as transexuais, ressaltou que é importante para o mundo exaustar e enaltecer a beleza da mulher trans.
“ Creio que não é um concurso importante somente para nós trans, eu creio que é um curso importante para o mundo, porque é uma forma da gente ser vista, de mostrarmos nossas vivências, é uma oportunidade de mostramos que somos de verdade, que temos família, temos emprego, que esse concurso vai muito além de beleza é uma inserção na sociedade. Uma forma de dizer EI ESTAMOS AQUI. Mas ao mesmo tempo sermos lembradas e exaltadas. É um reconhecimento da beleza da mulher trans”.