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Sem nadar direito e escondidos dos pais, adolescentes se arriscam em açude

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Cena é comum na Capital; meninos admitem que falam aos pais que vão soltar pipa e andar de bicicleta

 

Adolescentes aproveitam o período de férias e as altas temperaturas longe dos pais e correndo risco em açudes e córregos de Campo Grande. Mesmo sem saber nadar, eles parecem despreocupados com a possibilidade de afogamento. O grupo admitiu, inclusive, que por muitas vezes sai de casa escondido dos pais ou mentem que vão apenas soltar pipa.

“Contei para minha mãe que viria para cá com alguns amigos, mas ela não sabe que aqui tem ‘rio’”, disse um garoto de 13 anos. Para aproveitar a tarde junto dos amigos, ele falou para a mãe que iria se juntar aos colegas para soltar pipa e andar de bicicleta nesta quinta-feira (11).

O menino confirma que a região é bastante frequentada por ele e pelos amigos. “Aprendi a nadar hoje, o ‘molequinho’ ali que me ensinou”, informou outro adolescente, de 15 anos, um dos mais velhos da turma. Os garotos brincavam no açude próximo ao Villagio Vitória, no Portal Caiobá. Perguntado se tinha medo do açude, ele disse que não via muitos problemas: “Se me afogar, afoguei”, disse.

O açude é frequentado por mais moradores no fim de semana (Foto: Juliano Almeida)

Da mesma idade, outro garoto confessou que sabe nadar apenas o básico, mas garantiu que se arrisca apenas até onde os pés tocam o fundo do açude. “Sei nadar mais ou menos, só para mim. Me arrisco só até onde os meus pés alcançam”, falou.

Ao contrário dos amigos, ele falou que a mãe sabe onde ele está e que apenas o orientou para ter cuidado. “Me deixa ficar até às 17h, saio de casa já sabendo a hora que tenho de voltar, porque minha mãe não gosta de escuridão e tem medo de aparecer bichos”, falou.

Os adolescentes contaram que vão todos os dias durante o período sem aulas e ninguém tem medo, pois “a água é limpinha e tem só peixes”.

Bicicleta que levou um dos garotos até o açude (Foto: Juliano Almeida)

Em janeiro do ano passado, mergulhadores retiraram o corpo de João Pedro Coelho de Lima Amorim, de 20 anos, que morreu afogado no mesmo local.

Na ocasião, ele ficou com os pés presos na argila do açude. O corpo do rapaz foi retirado pelo Corpo de Bombeiros. Questionados sobre os riscos de banhos em rios e córregos da Capital e fiscalização nesta época do ano, o Corpo de Bombeiros disse que a demanda será respondida na manhã desta sexta-feira (12).

Lugar é cercado, mas em alguns pontos a passagem é livre (Foto: Juliano Almeida)

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