Moradores da Vila Bandeirante dizem estar revoltados ao ver, frequentemente, casal andando e empurrando cadeiras para o “expediente”
As imagens não mentem: duas pessoas caminhando pela Rua Ciríaco Maymone, na Vila Bandeirante, enquanto empurram as cadeiras de rodas. A cena, que frequentemente é vista por moradores da região, mostra a farsa de falsos cadeirantes, que caminham até as proximidades de um banco, sentam e lá vão pedir dinheiro.
Diante de furtos e arrombamentos que estão ocorrendo na região, muitos vizinhos se mobilizaram e colocaram placas na frente das casas – “vizinhos de olho” – além de montarem um grupo no WhatsApp, onde fazem alertas. No entanto, neste momento, o assunto é o casal que acampa em um terreno nas proximidades, na Rua Alexandre Fleming, onde saem e voltam com a cadeira, após o “expediente”, como falam os denunciantes.
“Olha, sinceramente, tem que rir para não chorar de uma situação desta. Eles estão morando em um terreno e tem duas cadeiras de rodas. Aí eles vão andando e depois saem para pedir dinheiro. Agora, o vizinho conseguiu flagrar os dois voltando e empurrando a cadeira de rodas”, afirmou o médico veterinário Rodrigo Piva, de 35 anos.
Segundo Piva, há tempos os moradores estão em alerta com o aumento de crimes na região. “Furtam tudo o que deixar perto do portão. O que a gente soube é que eles recebem benefícios aqui perto. Tem uma igreja ali na Avenida Bandeirantes, aqui perto, e aí a turma toda vai lá ganhar alimento, eu acho. E aí ficam por aqui. Tem uns dois anos isso, tá bem complicado, então, os vizinhos criaram uma rede. E agora flagramos o casal aí, saindo para o expediente deles, subindo a rua com as cadeiras, para pedir dinheiro”, disse.
‘Dei carne, até ver que era tudo mentira’, falou empresário
Dono de uma loja nas proximidades, o empresário de 58 anos, que se identificou apenas como Brito, falou da revolta.
“A mulher chegou aqui de cadeira de rodas, pedindo dinheiro várias vezes. Ela falava que tinha filhos. Ajudei, já dei um quilo de linguiça, já dei carne, comida, até que vi ela andando com uns ‘noia‘ que anda por aqui e vi que era tudo mentira. E agora a câmera dos vizinhos mostrou ela e um cara andando, normal. É revoltante. A gente trabalha, paga imposto, pra vir gente forte, que podia estar trabalhando também, fazer uma palhaçada destas”, falou.
A também empresária, Márcia Cruz, de 39 anos, é quem possui imagens na frente de casa e registrou os falsos cadeirantes. “Foi bem na hora que olhei as câmeras e aí vi eles. A minha vizinha já viu eles saindo daqui e depois pedindo dinheiro na Afonso Pena, só que eles vão mudando de lugar. E daí ontem fiz esse flagrante, deles andando e empurrando as cadeiras de roda”, comentou.
Indo até o terreno onde eles estão morando a barraca foi vista, e a qual os vizinhos dizem ser frequentada por várias pessoas. Além disso, foi até a frente do banco e flagrou o casal. Desta vez, apenas a mulher estava na cadeira, enquanto o homem estava por perto e deu sinais a ela.
Ao tentar conversar com a mulher, ela desconversou e disse que “não sabia de nada”. Já o homem nos hostilizou e inclusive fez um gesto com o dedo. Perto deles, está um vendedor de capas de banco automotivo. Ele preferiu não se identificar, mas, confirmou que o homem e a mulher, frequentemente, vão ao local pedir dinheiro e, assim que se distanciam da rua, saem da cadeira de rodas.
Casos de vulnerabilidade podem ser denunciados na SAS
A ouvidoria da SAS (Secretaria de Assistência Social), que funciona na Avenida Fernando Corrêa da Costa, s.n. (Próximo à passarela do Horto Florestal), atende a situações de vulnerabilidade, com prioridade. Quem quiser, pode entrar em contato pelo telefone (67) 3314-4482, ramal 6007, ou pelo e-mail ouvidoria@sas.campogrande.ms.gov.br.
Por meio do canal é possível realizar denúncias, sugestões, críticas, elogios e solicitações.