Caso aconteceu devido ao funcionário ser acusado de não visitar a residências dos pacientes
Agente de saúde, identificado como Ítalo Passos Mossi, agrediu médico e enfermeira na USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Albino Coimbra Filho, nesta terça-feira (21), no bairro Santa Carmélia, em Campo Grande. O motivo das agressões aconteceu por conta de uma denúncia feita pela paciente Dayane Vanessa Marcos da Guarda, de 32 anos, que passava por consulta no momento. Ela disse à direção da unidade que o servidor não estava fazendo visitas na região há seis meses.
Uma das vítimas, que não quis se identificar, trabalha como enfermeira na unidade há três anos. Ela, o médico Breno da Rosa Siqueira e uma técnica de enfermagem são responsáveis pela área de cobertura em que o agente Ítalo atende. Na delegacia, ela explicou que estava em atendimento na sala com Breno, quando Ítalo chegou alterado.
“A porta estava fechada, ele bateu, falou que queria falar comigo, levantei para falar com ele. Ele começou a gritar com a paciente que é moradora da área que ele atende. Eu e o médico pedimos que ele saísse, então ele entrou e fechou a porta. Levantei pra abrir, ele não deixou, segurou meus dois braços e me jogou na mesa. O médico levantou e ele foi pra cima dele. Aí consegui abrir a porta e pedi ajuda para outros funcionários.”
A técnica, de 44 anos, também não quis ter o nome revelado, trabalha há 6 anos na USF. Ela acrescenta que escutou os gritos vindos da sala do médico e que quando chegou para socorrer, encontrou a enfermeira no chão.
“Como sei que ele é agressivo, nem entrei na sala, só saí pedindo ajuda. Contra ele já tem um boletim de ocorrência feito por outra enfermeira que trabalhava aqui. Ele não se dá bem com ninguém, todos têm receio dele.”
O médico, Breno, relatou que Ítalo invadiu a sala dele, trancou a porta e começou a se exaltar falando com a paciente, Dayane Vanessa. ”Pedi pra ele sair, então ele empurrou a enfermeira contra a mesa e me agrediu também. Ele tentou me dar socos, mas só arranhou a minha mão. Nunca passei por isso antes, complicado”.
O “estopim” da confusão, Dayane, mora no bairro Santo Amaro e recebia visitas periódicas dos agentes de saúde. Depois que houve alteração dos quadro de profissionais, há seis meses os técnicos não aparecem.
“Eu estava com a minha filha na hora e veio discutir código porque não tá fazendo a visita. Falou que não podia fazer porque estava fazendo trabalho de faculdade. Antes de eu ser atendida, ele gritou comigo lá fora apontando o dedo na minha cara. O médico chamou, ele entrou, começou a falar, enfermeira foi pro meu lado, ele empurrou ela, segurou a porta pra ninguém passar e derrubou minha filha no chão. Ele é estupido já tratou um tio meu que é acamado mal porque queria que fosse no posto trocar receita.”
Ítalo trabalha no local há aproximadamente quatro anos e foi conduzido até a 7º Delegacia de Polícia pela Guarda Civil Metropolita. As vítimas estavam aguardando para prestar depoimento. Elas vão registrar boletim de ocorrência e passar por exame de corpo de delito.