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Capacitação para enfrentamento à violência contra mulheres fala de desafios e possibilidades

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A terceira edição da capacitação da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, com o tema: “desafios e possibilidades de enfrentamento”, aconteceu ontem (5) e prossegue hoje (6) em Campo Grande. A ação faz parte de um dos termos de cooperação assinado na campanha Agosto Lilás, pelo Governo do Estado, por meio da Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para as Mulheres e pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul por meio do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher).

O terceiro encontro regional de fortalecimento e capacitação da rede foi sediado em Campo Grande, depois de passar por Corumbá e Bonito. A capacitação foi direcionada para todas que fazem parte do atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade, como assistentes sociais, psicólogos, policiais, além de integrantes da área da saúde e educação.

A primeira parte do encontro de ontem (5) foi para informar a rede sobre atualizações da lei Maria da Penha, artigos dinamizados e situações jurídicas melhoradas durante esses 17 anos. E também conceitos básicos teóricos para entender a violência construída e reproduzida historicamente.

Para a subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Cristiane Sant´Anna, a capacitação da rede em Campo Grande se faz necessária, uma vez que os órgãos da capital atendem mulheres do Estado todo.

“A rede daqui, acaba sendo uma rede estadual, que atende mulheres que vêm de outros municípios, por integrar a rede, por exemplo, o Centro Especializado em Atendimento à Mulher que não atende só em Campo Grande, apesar de estar sediado aqui, a casa da mulher brasileira é a mesma coisa. Então quando você reúne a rede que está sediada em Campo Grande, em que muitos serviços atuam no estado todo, fortalece também aquelas pequenas redes lá nos municípios”, frisa.

De acordo com a Defensora Pública de Segunda Instância e Coordenadora do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher), Zeliana Luzia Sabalas, a capacitação é importante para mitigar os problemas desenvolvidos pela sociedade patriarcal e misógina.

“A importância da capacitação é justamente fazer essas pessoas que atendem essas mulheres, entenderem o machismo estrutural e estruturante. A violência contra a mulher, pelo simples fato dela ser mulher é uma violação de direitos humanos e fundamentais. Cada vez que uma mulher é agredida todas as outras mulheres também são, então quando a gente começa a perceber isso a gente se fortalece e se apodera desse conhecimento. A fim de  fazer um acolhimento mais humanizado se despindo de preconceitos, fazendo com que essa mulher que esteja em situação de violência perceba que ela não provocou, não teve culpa, de forma alguma ela pode ser responsabilizada pelo ato violador”, explica.

Carla Stephanini, subsecretária de Política Pública para as Mulheres da Prefeitura Municipal de Campo Grande, ressalta que a rede é importante para trabalhar o enfrentamento à violência contra a mulher na prevenção e na proteção.

“O trabalho em rede é fundamental para que todos que compõem e estão diretamente ligados à temática da violência contra a mulher, possam se reconhecer, entender o trabalho institucional de cada um e somarmos para que nós possamos tirar as mulheres em segurança do ciclo da violência. Dar a elas uma nova perspectiva de vida, demonstrar que um relacionamento abusivo, que viver num ambiente onde há violência doméstica familiar, ao final, gera risco. O feminicídio é muito grande, então todos esses passos são importantes para que a gente efetivamente garanta e promova para as mulheres uma vida livre de violência”, destaca.

A defensora pública atuante no Nudem, Thais Dominato, explica que o projeto de formação da rede iniciou ainda na pandemia, promovendo encontros com os 79 municípios do estado, e que agora de forma presencial as formações serão ainda melhores.

“O enfrentamento à violência contra a mulher, para ser efetivo, precisa de uma rede forte, que se comunique e traça junto estratégia, porque a gente entende que só o sistema de justiça, só a segurança pública, é só um pedacinho e não dá conta sozinho do enfrentamento. A mulher em situação de violência, necessita da saúde, educação, assistência social e toda a rede, para que, de fato consiga, romper o ciclo da violência”, orienta.

Informações sobre as Políticas Públicas de Enfrentamento a Violência e da Rede de Atendimento, podem ser acessadas no site: não se cale

 

 

 

 

Bel Manvailer, Comunicação Setescc
Foto: Thais Lima/Setescc

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