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UFGD diz que professor e aluno de pós-doutorado que ‘rachavam’ bolsa de estudo podem ser afastados

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PF cumpriu mandados na manhã desta quarta-feira, em Dourados e Campo Grande; universidade informou que já apurava a trama

Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (6), o comando da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), informou que abriu procedimento administrativo que vai determinar se demite, ou não, um professor da instituição, e um de seus estudantes no curso de pós-doutorado, implicados num esquema de fraude em bolsa de estudo.

Pela manhã, a Polícia Federal deflagrou a operação conhecida como “Pós-doc fraudis”, com a intenção de impedir o recebimento, mediante fraude, de recursos destinados a bolsa de estudos.

Durante as investigações, informou a nota da PF, ficou evidenciada a existência de favorecimento no ingresso e ajuste (“rachadinha”) de recursos federais destinados ao pagamento de bolsa de estudos entre “o docente que coordenava o programa e discente aprovado no curso, que recebia bolsa de estudos de Pós-Doutorado de Engenharia Agrícola”.

Também informou a PF que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Dourados e Campo Grande, além da quebra do sigilo bancário dos investigados desta operação.

Os investigados poderão responder pelos crimes de concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e frustração do caráter competitivo da licitação, todos do Código Penal.

Nem a PF nem a UFGD revelaram o nome dos envolvidos e o valor desviado com a fraude.

A PF informou, ainda, que a universidade em questão não é investigada e que foi a própria instituição quem pediu a apuração do caso.

 

VEJA O COMUNICADO DA UFGD

Esclarecimentos sobre operação da PF deflagrada hoje, envolvendo professor e estudante da UFGD

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), pautada pela transparência e pela integridade com que conduz suas atividades, vem a público esclarecer de que forma atuou e vem atuando no caso amplamente divulgado pela imprensa local nesta quarta-feira (06/09), envolvendo um professor e um estudante da instituição no possível favorecimento do ingresso em vaga de pós-graduação e no uso indevido do recurso destinado ao pagamento de bolsa estudantil.

Primeiramente, é preciso destacar que a operação “Pós-doc fraudis”, deflagrada hoje pela Polícia Federal, foi justamente motivada por investigação interna que vinha sendo realizada pela Corregedoria da UFGD desde abril deste ano, por sua vez, iniciada após o recebimento de uma denúncia anônima enviada à Ouvidoria da instituição.

A denúncia, feita via sistema Fala BR, chegou à Ouvidoria com informações breves, sendo necessária a realização de minuciosa investigação por parte da equipe da Corregedoria em busca de provas, depoimentos e demais procedimentos que dessem materialidade à situação. De posse do conteúdo, a UFGD, em agosto, o remeteu via ofício ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal, motivando a investigação policial que culminou no cumprimento dos mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira.

A UFGD informa, ainda, que ambos os envolvidos seguem como alvos dos procedimentos internos necessários, conforme a legislação pertinente aos servidores públicos federais e o regimento voltado à conduta dos estudantes da instituição. Quanto ao professor, ao fim do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), será decidido sobre seu afastamento das funções na universidade. Com relação ao estudante, a coordenação do programa de pós-graduação a que está vinculado já avalia seu desligamento do curso. Tudo isso paralelamente aos ritos processuais em andamento no MPF e na PF.

Cabe ressaltar, também, que o professor em questão não mais ocupa o cargo de coordenador de programa de pós-graduação, tampouco segue como supervisor do estudante bolsista.

A UFGD, em sua gestão democrática e transparente, preza pelo retorno da moralidade em suas atividades e pelo estreitamento das relações com os órgãos externos que atuam em situações como essa, que ultrapassam a competência da universidade. Na UFGD, todo tipo de irregularidade relatada ou de que se tem conhecimento é colocada sob apuração, em um esforço coletivo entre os setores responsáveis por receber e investigar denúncias, a comunidade acadêmica e a gestão.

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