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CG 124 anos: Pacientes com câncer de laringe voltam a falar

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Hospital de Câncer Alfredo Abrão é o primeiro hospital público de MS a entregar laringes eletrônicas

“Imagina a dor em saber que você nunca mais vai volta a falar”. Essa é a declaração do fonoaudiólogo Anderson Borges de Carvalho, 50 anos, que há mais de uma década devolve a esperança de ouvir o som da própria voz as vítimas de câncer de laringe que precisaram remover o órgão. Referência em oncologia em Mato Grosso do Sul, o Hospital de Câncer Alfredo Abrão passou a fornecer laringes eletrônicas para pacientes elegíveis.

Ao todo são 21 pacientes, dos quais seis já voltaram a ouvir o som da própria voz. O fonoaudiólogo é dos responsáveis por realizar o sonho dos pacientes em voltar a falar. “A laringe eletrônica é um aparelho de extrema importância. Os pacientes diagnosticados com câncer de laringe passam por momentos de fragilidade. Muitas vezes, o tratamento desencadeia uma depressão”, enfatiza.

CG 124 anos: Pacientes voltam a falar
 Médico Fonoaudiólogo Anderson Borges de Carvalho, 50 anos (Foto Luciano Muta)

Anderson Borges cuida de 21 pacientes com  doença no Estado  e comenta sobre adaptação. “É um equipamento eletrônico movido a bateria recarregável, portátil, leve e de fácil utilização e aprendizagem. O paciente pressiona o equipamento na região submandibular ou na porção mediana do pescoço (papada) e aciona o botão para emissão do som. leva alguns meses para se adaptar”, revelou.  O equipamento custa em torno de R$ 6 mil, mas ele é  fornecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

RECOMEÇO:
Laércio Pinto, 68 anos,  foi o primeiro no hospital público de Mato Grosso do Sul a receber o equipamento. Com sorriso no estampado  no rosto, Laércio fez questão de conceder entrevista ao Diário Digital. Sem poder conter a  emoção, ele demonstrou passo a passo como é utilizado o aparelho, que ele carrega no pescoço com auxilio de um cordão. Com o som ainda pouco fora do ajuste, afinal faz um pouco mais de mês, que a laringe eletrônica chegou nas mãos de Laércio, ele conta detalhes do adaptação.

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Laércio Pinto, 68 anos paciente com o aparelho (Foto Luciano Muta)

“Um pouco mais de um ano, descobri o câncer de laringe, desde então comecei o tratamento passei por cirurgias, e sempre acompanhado da minha esposa. Perde a comunicação foi algo que me doeu muito, não conseguia falar com a minha companheira, amigos e familiares. A boa notícia chegou pela boca do doutor, Anderson, foi ele que disse da possibilidade da laringe eletrônica. Estou em processo de adaptação, alguns treinamentos  já foram feitos, mas hoje tenho motivos para voltar a sorrir”, disse.

O coordenador geral do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Amilton Fernandes, de 65 anos, explica que o projeto estava na  “gaveta” há mais de cinco anos. ” Depois de muito persistência e conversa com SUS, nossos pacientes estão recebendo a laringe eletrônica, foram apenas seis, ainda esse ano novos aparelhos devem chegar até o hospital”, reforçou.

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Coordenador geral do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Amilton Fernandes (Foto Luciano Muta)

Amilton enfatiza ainda que a laringe eletrônica é uma das formas de reabilitar, uma pessoa que precisou passar pela remoção total da laringe e das cordas vocais devido ao câncer. Ele é um aparelho portátil, que funciona com baterias recarregáveis.

O INSTRUMENTO:
Ainda de acordo com o fonoaudiólogo Anderson Borges, de  forma resumida, o paciente encosta a ferramenta no pescoço, e a laringe eletrônica emite ondas sonoras contínuas, que se tornam a voz do usuário. O paciente pode articular para controlar o som da voz pela cavidade da boca, transformando os sons em fala. O equipamento pode ser usado alguns dias após o tratamento cirúrgico.

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