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Ministério da Saúde recebe primeiro lote de medicamento inédito para tratamento do câncer de mama

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A medicação reduz em até 50% a mortalidade das pacientes com a doença e deve contemplar 100% da demanda do SUS. Em MS, INCA estima que sejam 8,6 mil casos

 

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (13) o recebimento de um medicamento inédito ao Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo, uma forma agressiva da doença que contribui no crescimento das células tumorais.

A boa notícia chega no mês dedicado à conscientização sobre o Câncer de Mama, o Outubro Rosa, e em um cenário onde Mato Grosso do Sul apresenta níveis expressivos da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro lote do Trastuzumabe Entansina , com 11.978 unidades chegou nesta segunda-feira ao Aeroporto Internacional de Guarulho, em São Paulo. Ao todo, serão quatro lotes do medicamento.

Em 2025, 1.144 pacientes estão sendo atendidos pelo SUS para o tratamento de câncer de mama. Os lotes devem atender 100% da demanda pelo medicamento na rede pública. As próximas entregas serão feitas em dezembro de 2025, março e junho de 2026.

“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro”, afirmou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto.

Ao todo, foram comprados 34,4 mil frascos-ampola do medicamento, sendo 17,2 mil unidades de 100mg e 17,2 mil de 160 mg, com um investimento total de R$159,3 milhões. Segundo o Ministério, os medicamentos foram comprados no valor cerca de 50% abaixo do valor do mercado, o que garantiu uma economia de, aproximadamente, R$165,8 milhões.

O medicamento

O Trastuzumabe Entansina é indicado para mulheres que apresentam sinais da doença mesmo após a quimioterapia inicial, comum em casos de câncer de mama HER2-Ppositivo em estágio III. A chegada do novo medicamento amplia as opções de tratamento no SUS, oferecendo perspectivas melhores no controle da doença, garantindo uma melhor qualidade de vida.

Além do Trastuzumabe, são oferecidos pelo SUS os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), que são indicados para o tratamento de câncer de mama avançado ou em fase de metástase com receptor hormonal positivo e HER2-negatibo.

O medicamento será distribuído às secretarias de saúde das Unidades Federativas, que farão os encaminhamentos conforme os protocolos clínicos vigentes.

Medidas de prevenção

A chegada do novo medicamento se une à outras medidas já adotadas pelo Governo Federal para a prevenção e tratamento da doença, como a mudança na faixa etária para realização da mamografia no SUS. O exame de mamografia agora é oferecido para mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, mesmo na ausência de sintomas, já que a faixa etária corresponde a 23% dos casos da doença.

Em 2024, o SUS realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos.

Quase 60% dos casos da doença estão concentrados dos 50 aos 74 anos e o envelhecimento é um dos fatores de risco para o avanço e desenvolvimento do câncer de mama.

Em 2025, a estimativa é que sejam registrados 73.610 casos de câncer de mama até dezembro.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano são estimados 910 novos casos de câncer de mama em Mato Grosso do Sul, o que corresponde a uma taxa bruta de 62,22 casos a cada 100 mil mulheres e uma taxa ajustada de 47,10 casos por 100 mil mulheres.

Outra ação anunciada pelo Ministério da Saúde é o trabalho do programa Agora Tem Especialistas, que tem o objetivo de expandir o acesso a consultas, exames e cirurgias no SUS. Neste mês, foi iniciado o trabalho de 28 carretas, levando atendimento ao público feminino em regiões de pouca assistência em 20 estados brasileiros.

As carretas da saúde da mulher atuam em locais de difícil acesso e com pouca oferta de serviços especializados de saúde.

Os primeiros atendimentos começaram nesta sexta- feira (10), com 15 unidades móveis distribuídas em municípios de 13 estados: Humaitá (AM), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Paulo Afonso (BA), Imperatriz (MA), Juiz de Fora (MG), Diamantina (MG), Campo Grande (MS), Lagarto (SE), Registro (SP), Palmas (TO), Senhor do Bonfim (BA), Japeri (RJ), Guaranhuns (PE) e Goiânia (GO).

A estimativa é que sejam atendidos 42,5 mil pacientes ao longo do mês, sendo realizados 130 mil procedimentos, com um investimento na ação de R$18 milhões.

As unidades móveis vão oferecer vários serviços para o diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo de útero, como mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina.

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