Estimativa do governo federal é de gasto de R$ 19,6 bilhões até o fim de 2026 em Mato Grosso do Sul, mas o valor executado até o momento não chega a R$ 8 bilhões em projetos em todo o Estado
O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto de 2023, gastou R$ 7,6 bilhões, menos de 40% do investimento total previsto até o fim de 2026 em empreendimentos em Mato Grosso do Sul.
A Casa Civil da Presidência da República informou que 431 empreendimentos fazem parte da carteira do Programa em Mato Grosso do Sul, dos quais 71 dos 79 municípios sul-mato-grossenses foram contemplados. Do total de obras, 84 são de execução federal, 74 estadual, 256 municipal e 17 privado.
Do recorte de 2023 a 2026, o investimento previsto é de R$ 19,6 bilhões, sendo R$ 11,1 bilhões feitos diretamente no Estado e R$ 8,5 bilhões em projetos regionais. Porém, a pouco mais de um ano para o término deste prazo, foram executados apenas R$ 7,6 bilhões, ou seja, 38,7% do estimado.
No site da Casa Civil, é possível verificar os empreendimentos que estão previstos no Novo PAC por Estado. Entre as mais caras presentes em Mato Grosso do Sul, estão duas já concluídas do programa Minha Casa, Minha Vida, que chegam a um investimento total de R$ 1.265.737.601,00 (R$ 604.458.938,00 da faixa 2 e R$ 661.278.663,00 da faixa 3).
Inclusive, a Pasta informou que 25.606 unidades habitacionais oriundas do programa federal fazem parte do Novo PAC.
Além dessas, outras duas obras concluídas e que aparecem entre as mais caras são para manutenção e restauração de rodovias executadas nos últimos dois anos: R$ 483.151.641,56 em 2023 e R$ 353.406.629,70 em 2024, portanto, um total aproximado de R$ 836,5 milhões.
Porém, há outras três obras que superam a barreira dos R$ 100 milhões em investimento, todas no interior do Estado e em Usinas Termelétricas (UTE): UTE Cedro, em Paranaíba (R$ 103.649.088,00); UTE Inpasa, em Sidrolândia (R$ 114.717.946,00); e UTE Suzano RRP1 (R$ 978.591.038,00).
Somadas, elas resultam em um gasto de quase R$ 1,2 bilhão, 15,79% do total executado. Outros dois empreendimentos que chamam a atenção entre aquelas com preço mais elevado são as linhas de transmissão Campo Grande 2 e Paraíso 2, que totalizavam R$ 440.512.368,00 em investimentos.
Desse modo, dos R$ 7,6 bilhões informados pela Casa Civil em empreendimentos que já foram executados no Estado, quase R$ 3,8 bilhões estão concentrados nas nove obras citadas acima, ou seja, metade do total gasto.
Ao todo, 63 obras já foram concluídas em Mato Grosso do Sul, além de ter equipamentos já entregues, como ambulâncias e transporte escolar.
EM ANDAMENTO
Até 2030, o Novo PAC prevê investimento total de R$ 25,2 bilhões em Mato Grosso do Sul.
Além das obras concluídas, que somam R$ 7,6 bilhões, há aquelas que estão em andamento, seja já em execução, em ação preparatória ou em licitação. Somadas, elas resultam em quase R$ 17,6 bilhões.
Daquelas que mais se destacam, há um alto investimento previsto em aeroportos de Mato Grosso do Sul, como em Dourados (R$ 37.851.481,04), Corumbá (R$ 157.569.937,00), Ponta Porã (R$ 213.227.087,00) e Campo Grande (R$ 213.424.369,00). Há ainda obra no aeródromo de Dourados, que já foi concluída, no valor de R$ 18.436.368,34.
Mesmo diante dos altos valores apresentados, as citadas não chegam perto das duas mais caras. Uma é a usina de etanol, em Caarapó, com investimento previsto de R$ 1,38 bilhão. Outra é a concessão da BR-163, estimada em aproximadamente R$ 5,5 bilhões, e abrange 21 municípios do Estado, incluindo Campo Grande e Dourados. Ambas já estão em andamento, com 10,8% e 5% das obras executadas, respectivamente.
Também está presente na lista a planta da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), localizada em Três Lagoas. Parada desde 2015, o projeto foi aprovado pela Petrobras e deve ser reativado até 2028.
No site da petrolífera, é informado que o investimento estimado para conclusão da fábrica é de R$ 3,5 bilhões. Porém, no portal da Casa Civil, este valor não é informado, além de aparecer na classificação de ação preparatória.
CAMPO GRANDE
A Capital tem 55 empreendimentos previstos no Novo PAC, dos quais seis estão em licitação, 17 em execução, 18 em ação preparatória e 14 já foram concluídos. Ao todo, Campo Grande tem R$ 730.785.668,67 em projetos com investimentos do programa federal.
Entre os destaques estão: a recuperação e adequação de drenagem e manejo de águas fluviais/Prevenção a desastres no Fundo de Vale do Rio Anhanduizinho (R$ 150 milhões – valor em empréstimo); construção de uma maternidade (R$ 153 milhões); e, como já mencionado, investimento no Aeroporto (213.424.369,00). As três somadas são responsáveis por mais de 70% do total estimado para a Capital.
*SAIBA
O Novo PAC promete investir R$ 1,8 trilhão em todo o País: desse, R$ 1,3 trilhão até 2026 e R$ 500 bilhões de 2027 a 2030.