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Dois dias após operação do Gaeco, Terenos segue sem prefeito

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Após reunião com o jurídico da Câmara Municipal, nesta sexta-feira (12), os vereadores irão definir quem assumirá como Chefe do Executivo

 

Com a prisão do chefe do Executivo do município de Terenos, Henrique Budke (PSDB), durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o futuro de quem assumirá a prefeitura segue incerto.

Em conversa, o vice-prefeito Arlindo Landolfi (Republicanos) informou que ainda não há decisões e que está aguardando a deliberação da Câmara Municipal, que anunciará na sexta-feira (12) quem assume o comando da gestão municipal.

Na manhã desta quinta-feira (11), o prefeito Henrique Budke (PSDB) pediu afastamento do cargo da principal cadeira da cidade.

“[O prefeito] pediu um afastamento porque, na Justiça, ele não foi afastado. Só o levaram, mas ele não foi afastado. Como ele pediu uma licença, a Câmara vai se reunir para tomar a decisão”, explicou o vice-prefeito.

Ainda sobre possíveis alinhamentos com vereadores para estudar o cenário político de Terenos, Arlindo Landolfi informou que não houve diálogo para definir os rumos de quem deve assumir a cadeira do Executivo.

Ao ser questionado se, caso assuma a prefeitura, irá romper os contratos que ultrapassam R$ 15 milhões,  suposto esquema criminoso em Terenos voltado para fraudar licitações públicas locais, o vice-prefeito informou que responderá caso seja nomeado.

O presidente da Câmara Municipal de Terenos, Leandro Guimarães Caramalac (PSD), preferiu não comentar se está sendo costurado algum apoio entre os vereadores e o vice-prefeito.

“Será tudo formalizado amanhã. O jurídico da Câmara vai passar orientações um pouco antes da coletiva de imprensa, e, a partir disso, a gente vai anunciar o que vamos fazer”, disse o vereador.

Com relação aos contratos apontados na investigação, o vereador acredita que quem assumir a cadeira do Executivo deve romper imediatamente, “até que se prove o contrário”.

Entenda

Essa operação desdobrada pelo Gaeco mira um suposto esquema criminoso em Terenos, que seria voltado para fraudar licitações públicas locais, onde os contratos ultrapassam R$ 15 milhões.

Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 59 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com alvos nas cidades de Campo Grande e Terenos.

Foi constatado em investigação a existência da organização criminosa, que agia com núcleos bem definidos contra a Administração Pública, se valendo de servidores corrompidos para fraudar o caráter competitivo das licitações públicas.

Nesse sentido, haviam dois principais núcleos:

  • o empresarial – composto por empreiteiros que se beneficiavam dos contratos fraudulentos.
  • o político-administrativo – formado por servidores como Isaac Cardoso Bisneto (ex-secretário de Obras) e Valdecir Alves Batista, responsáveis por direcionar editais

Assim, havia o direcionamento dos respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema, com a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima.

Além disso, havia o pagamento de propina para os agentes públicos que, falsamente, atestavam o recebimento de produtos, de serviços e, ainda, aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.

Com o desdobrar da situação, enquanto até a tradicional Festa do Ovo precisou ser cancelada, o vice-prefeito de Terenos é quem deve assumir o cargo interinamente já nesta quinta-feira (11).

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