Samu foi acionado e professora levada às pressas para Santa Casa, onde passou por cirurgia
Jovem, adepta de exercícios físicos e sem histórico de comorbidade. Esta é a descrição da professora de educação física, de 34 anos, que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), na última segunda-feira (7), durante aula de exercícios aeróbicos, em uma academia de Campo Grande.
Testemunhas disseram que a professora de educação física parecia estar bem, até o momento em que sofreu o AVC. “Estamos chocados, porque ela deu aula normalmente no primeiro tempo, mas, no segundo tempo, do nada teve o AVC. A gente não entende até agora o porquê. Ela é uma pessoa ativa, não é sedentária, é nova, não tem diabetes, colesterol, nada”, relata uma aluna, que preferiu não se identificar.
Conforme relatos, a vítima foi socorrida por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada às pressas para a Santa Casa, onde passou por cirurgia. O quadro de saúde não foi informado pelo hospital. A academia onde ela trabalha também disse à reportagem que não está autorizada a falar sobre o assunto.
Fatores de risco
Em entrevista, a neurologista e presidente da Rede Brasil AVC, Sheila Martins, informou que estudos desenvolvidos sobre a doença apontam que comorbidades como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, fibrilação arterial, obesidade, depressão, estresse, além de hábitos como tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada elevam exponencialmente as chances de acontecer um derrame.
Além dos fatores de risco, existem casos de AVC relacionados à genética. Porém, um quadro — ainda não explicado — intriga os especialistas: o caso de AVC em pessoas jovens e saudáveis, como aconteceu com a professora de educação física.
Segundo a neurologista, um AVC relacionado ao fator de risco tem 90% de chance de ser evitado com tratamento adequado das comorbidades. No entanto, situações semelhantes ao caso da professora de educação física não podem ser prevenidas.
“Não é comum, mas pode acontecer e, infelizmente, esses são os casos que não conseguimos prevenir”, frisa.
Riscômetro do AVC
O Riscômetro de AVC é uma ferramenta para avaliar o risco de AVC individual e identificar os fatores de risco individuais.
“Essa é uma ferramenta muito importante, porque não há nenhum exame específico que a pessoa faça e que vá indicar se ela terá um AVC. O que existem são fatores de risco, e esse aplicativo analisa exatamente isso. No Riscômetro, a pessoa vai preencher suas informações pessoais e a plataforma vai avaliar quais são os fatores de risco, além de orientar como a pessoa pode melhorar os fatores que são modificáveis e reduzir as chances de um AVC”, explica.
O aplicativo é gratuito e está disponível para download no Apple Store e no Google Play.
Cada minuto conta
Estudos mostram que, quanto mais célere for a identificação de um AVC, mais rápida será a busca por atendimento e maiores as chances de recuperação. Conforme a especialista, a cada minuto de um AVC não tratado, 1,9 milhão de neurônios morrem.
No site da Sociedade Brasileira de AVC, é possível conferir a lista de hospitais brasileiros de referência em casos de AVC.
Em Campo Grande, os atendimentos ocorrem nos seguintes locais:
Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (público)
Endereço: Av. Sen. Filinto Müller, 355, Vila Ipiranga
Santa Casa de Campo Grande (público e privado)
Endereço: Rua Eduardo Santos Pereira, 88, Centro
Hospital da Cassems (privado)
Endereço: Avenida Mato Grosso, 5151
Proncor (privado)
Endereço: sem confirmação sobre a unidade
Hospital do Coração (privado)
Endereço: R. Mal. Rondon, 1703, Centro
Segundo informações do site da Sociedade Brasileira de AVC, Corumbá, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas também aparecem na lista de cidades que oferecem atendimento especializado. No entanto, não há informações sobre os locais. Confira a lista completa AQUI.