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Campo Grande vive dia de fé com a Mãe do Perpétuo Socorro

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Santuário Estadual celebra padroeira de MS com histórias de fé e devoção nesta sexta-feira; veja programação

 

É 27 de junho, Dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira de Mato Grosso do Sul, e quem passa em frente ao santuário estadual logo entende: hoje não é um dia comum. Lá dentro, sob a luz suave das velas e do altar, pessoas de diferentes idades assistem à missa. Fora dela, algumas vieram agradecer, outras buscar consolo. Todas dividem o mesmo silêncio interrompido apenas pelas orações sussurradas.

Gerônimo Correia, 61 anos, militar aposentado, é um rosto que se mistura a tantos outros, mas que carrega uma história que poderia ser de qualquer um. Em 2014, ele deixou o Rio de Janeiro para viver em Campo Grande. “Quando cheguei, via essa multidão nas quintas-feiras, algo que eu não tinha no Rio. Fui entrando, fui ficando. Hoje, dez anos depois, a Mãe do Perpétuo Socorro é quem me acolhe. Ela nos envolve no manto sagrado. Já recebi muitas graças. Meu filho, por exemplo, passou em Medicina depois de uma segunda tentativa e hoje estuda na Uniderp com bolsa de 80%”, contou, a voz embargando de emoção.

Nos bancos ao lado, Viviane Goulart, 46 anos, médica veterinária, segura o terço como quem segura o próprio fôlego. “É a dificuldade que traz a gente. Quando tudo aperta, é aqui que encontramos paz”, explicou. Para ela, foi o final da faculdade, sem trabalho e cheia de medo, que a trouxe até o santuário. “A gente chega desesperado, às vezes chorando. Mas sai daqui mais leve.”

Antônia ao lado de Viviane, duas devotas que passaram cedo para agradecer as graças de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. (Foto: Geniffer Valeriano)

É impossível ignorar a força quase física que o ambiente emana. A cada missa, o santuário se enche de histórias como a de Antônio Rodrigues, 60, servidor público que, há 20 anos, faz questão de vir agradecer. “Sempre acontece alguma coisa. Por mais que a gente peça pela saúde, pelo trabalho, a Nossa Senhora acalma a gente. Ela renova nossa fé todo dia.”

E não são poucos os que compartilham dessa devoção. Segundo Luiz Antonio Rocha, cerimoniário do Santuário Estadual, mais de 35 mil pessoas passam por ali toda semana. “A devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro aqui tem mais de 86 anos. Começou nas casas dos fiéis, depois passou para a igreja em 1941. E cresceu junto com a cidade”, explicou. “Hoje, além do reconhecimento do governo do Estado, desde 2022 temos o reconhecimento oficial do Papa Francisco, que proclamou Nossa Senhora padroeira de Mato Grosso do Sul. É uma história de fé que faz parte do nosso povo.”

A devoção não é só de Campo Grande. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro também é padroeira em municípios como Caracol e Sete Quedas, além de países como o Haiti. O que explica a força desse título mariano? “É uma mãe que vai ao encontro do filho. Maria é consoladora dos aflitos, refúgio de quem sofre. Por isso a devoção se espalhou”, diz Luiz.

O Dia da Padroeira em Campo Grande

A sexta-feira (27) começou cedo no Santuário Estadual. Às 5h15 foi feita a Oração das Laudes. Depois, missas às 6h, 9h, 12h e 15h. A noite concentra o auge da celebração: às 18h, Oração das Vésperas, seguida de procissão e Missa Solene às 18h30, presidida por Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande.

A VIII Festa da Padroeira, que começou em 20 de junho, segue até o dia 29 com o tema “Maria, ajudai-nos a ser um testemunho da reconciliação e da esperança”, reunindo fiéis, peregrinos e devotos vindos de diversas regiões de Mato Grosso do Sul e até de outros estados.

A devoção, que se tornou símbolo oficial de fé do povo sul-mato-grossense em 2017 com a lei sancionada pelo então governador Reinaldo Azambuja, não é feriado, mas é considerada data festiva no calendário estadual.

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