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A cada 20 minutos, uma pessoa é internada vítima de acidente de trânsito

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Nos primeiros cinco meses deste ano, a Santa Casa da Capital já atendeu 8.803 vítimas de sinistros em seu pronto-socorro

 

 

Em meio à recente sobrecarga de atendimentos, dados da Santa Casa de Campo Grande alertam que a cada 20 minutos uma pessoa é internada vítima de acidente de trânsito na Capital.

Referência em atendimento de traumatologia, a Santa Casa já atendeu, de janeiro até abril, o total de 8.803 vítimas de acidentes de trânsito que deram entrada em seu pronto-socorro. Em março, o hospital informou que existia até uma possibilidade de paralisar o setor de emergência por conta da sobrecarga de pacientes.

De acordo com Rodrigo Quadros, médico emergencista da instituição, cada atendimento impacta essa sobrecarga para o sistema de saúde.

“Acidentes graves podem resultar em morte, internações prolongadas, cirurgias complexas e até sequelas irreversíveis. Por isso, reforçamos a importância da conscientização de todos os envolvidos no trânsito, sejam motoristas, motociclistas e ciclistas, sejam pedestres. A prevenção é a melhor forma de evitar tragédias”, reforçou o especialista.

Segundo o médico Pedro Paulo Romano, gerente médico da Santa Casa, a grande parte dos pacientes atendidos no hospital, principalmente no setor de ortopedia, são pessoas que sofreram fraturas causadas por acidentes no trânsito.

“No trauma, a grande maioria dos pacientes atendidos sofreram acidentes no trânsito, e os casos mais recorrentes são politraumatismo, principalmente o traumatismo cranioencefálico e o traumatismo de ossos longos, como o fêmur”, declarou.

As internações também de pacientes que se acidentaram no trânsito, mas que esses sinistros poderiam ter sido evitados, acaba aumentando o número de leitos ocupados, o que pode gerar filas de espera por uma vaga no hospital via sistema de saúde.

“Dependendo da situação, pacientes que são idosos ou crianças e que se acidentaram no trânsito podem ficar em média de três a quatro dias internados após a operação. Porém, se for, por exemplo, um traumatismo craniano, em decorrência das sequelas neurológicas, o paciente pode ficar meses internado”, exemplificou Romano.

Conforme informações do hospital, neste ano, das vítimas atendidas no setor de emergência, as colisões envolvendo motos e carros totalizaram 393 ocorrências, enquanto os acidentes entre motocicletas somaram 79 casos.

No ano passado, foram contabilizadas 33.335 vítimas de acidentes atendidas no hospital. Entre as principais causas de atendimentos estavam as colisões entre carros e motos (1.927 registros) e os acidentes entre motocicletas (397 casos).

ACIDENTES

Conforme dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran) apresentados em reportagem do Correio do Estado, neste ano, foram registrados 4.016 sinistros entre janeiro e abril, tendo 35% dos casos envolvendo motociclistas (1.436). Dos mais de 4 mil acidentes, 1.404 tiveram vítimas, sendo 17 mortes. Dos óbitos, 15 eram motociclistas (88%).

No ano passado, ocorreram 3.881 acidentes no mesmo período levantado (de janeiro a abril), o que representa uma redução de 135 colisões. Em 2024, 1.391 sinistros tiveram vítimas, sendo 23 óbitos no total. Das pessoas que perderam a vida em acidentes de trânsito na Capital, nesse período, 20 eram motociclistas (86%).

Avenidas movimentadas no centro de Campo Grande estão entre as vias mais perigosas para se trafegar, de acordo com dados da Agetran.

A Av. Afonso Pena, assim como foi no ano passado, continua a ser a mais perigosa, registrando até abril 169 acidentes na Capital. No ano passado, de janeiro a abril, 180 ocorrências envolvendo trânsito foram atendidas na principal avenida da cidade.

Já as avenidas Mato Grosso (107), Duque de Caxias (88), Presidente Ernesto Geisel (67) e Guaicurus (64) são as vias que completam a lista das mais perigosas de se trafegar em Campo Grande.

MAIO AMARELO

O mês que intensifica orientações e campanhas de conscientização para um trânsito mais seguro tem como tema neste ano “Desacelere, seu bem maior é a vida”.

O Maio Amarelo estimula práticas mais seguras nas ruas e nas avenidas, com foco na redução do número de vítimas. As ações incluem campanhas educativas, palestras e abordagens direcionadas a motoristas e motociclistas, enfatizando a necessidade de respeito às leis de trânsito.

Conforme o projeto Vida no Trânsito, os motociclistas são os que mais ocupam leitos hospitalares da rede pública, especialmente em função dos traumas causados por sinistros graves.

O Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde, coordenado na Capital pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), atua de forma intersetorial e agrega mais de 50 instituições parceiras, por meio do Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (Ggit) e do Grupo de Análise de Acidentes de Trânsito (Gaat), reunindo-se semanalmente para mapear sinistros, identificar fatores de risco e propor soluções que reduzam a morbimortalidade no trânsito.

EMERGÊNCIA

A Santa Casa de Campo Grande emitiu um ofício na sexta-feira comunicando o bloqueio do pronto-socorro adulto e pediátrico. O hospital informou que seriam permitidos só os casos de emergência, os quais deveriam ser avaliados pelo Núcleo Interno de Regulação, junto à Regulação Municipal e ao Samu.

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