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Estudante de medicina que atropelou e matou corredora deixa presídio e defesa fala em ‘sensatez’ de juiz

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O estudante deixou o presídio na tarde na ultima sexta-feira

 

O estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, que atropelou e matou a corredora Danielle Correa de Oliveira, aos 41 anos, ganhou liberdade na tarde desta sexta-feira (21), em Campo Grande. O advogado de defesa do acusado falou sobre a ‘sensatez’ do juiz ao conceder a soltura do estudante.

João matou Danielle na manhã do dia 15 de fevereiro, quando a vítima participava de uma corrida com um grupo de atletas na MS-010. Além da vítima fatal, o estudante também deixou outra corredora ferida.

Ainda, para ele, a soltura foi uma decisão acertada. “Eu penso que essa é uma decisão acertada, com todas aquelas restrições, as ressalvas, a gente sabe, uma família está sofrendo porque perdeu um ente querido, há uma moça que ficou ferida, mas, gente, nós não podemos deixar de esquecer, foi um acidente de trânsito até que se prove o contrário”, disse.

Advogado José Roberto da Rosa (Foto: Henrique Arakaki)

Liberdade provisória

No último dia 11, a Justiça havia negado um pedido de liberdade impetrado pela defesa. Mas o estudante acabou ganhando a liberdade provisória com algumas medidas cautelares.

“Concedo a liberdade provisória para responder ao processo em liberdade, sob o compromisso de comparecer sempre que necessário aos atos do processo, de não mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência sem comunicar ao juízo.

Diante das particularidades do caso, necessária, ainda, a suspensão da habilitação para condução de veículo automotor, proibido o Paciente, sob as penas do art. 312, parágrafo único, do CPP, de dirigir veículo automotor durante o curso do processo e de frequentar bares e estabelecimentos congêneres, onde se promova a venda e consumo de bebidas alcoólicas”, diz a decisão.

Audiência já tem data marcada

O caso, que ganhou grande repercussão, já possui data para audiência. Está prevista para ocorrer no dia 24 de abril, às 13h30, e no dia 13 de maio, às 16h30, com oitiva das testemunhas de acusação e defesa e, se encerrada, interrogatório na mesma data.

Estudante de medicina chorou ao ouvir decisão de prisão

Vídeo da audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de fevereiro, mostra o estudante de medicina aos prantos ao ouvir a decisão do magistrado no Fórum de Campo Grande.

Nas imagens, é possível ver o estudante de cabeça baixa e, quando ouve a decisão do juiz, vai aos prantos. Ele estava embriagado quando dirigia o carro e acabou atropelando Danielle, que treinava para uma maratona com um grupo, na MS-010.

João se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas era visível seu estado de embriaguez. O estudante utilizava uma pulseira de uma casa noturna localizada na Avenida Afonso Pena e, dentro do veículo, foram encontradas latas e garrafas de cerveja.

Motorista em audiência de custódia na manhã deste domingo. (Foto: reprodução)

Motorista desorientado

A publicitária Gisele Dias praticava corrida com a vítima e estava no grupo que treinava na manhã daquele sábado, 15 de fevereiro.

“Ele (o motorista embriagado) falava que estava indo para a casa dele, falava que morava em Campo Grande, outra hora ele falava que morava perto da Santa Casa, outra hora falava que morava perto do shopping, e a gente estava indo a Rochedo, estávamos a 7 km de Campo Grande”, detalhou a atleta.

“Ele (o motorista) estava muito distante de onde ele pensava que ele estava indo, totalmente sem noção de qualquer coisa”, completou Gisele.

“Não deveriam ser só crimes hediondos que deveriam ser inafiançáveis. Isso foi um crime hediondo, gente, precisa ser revisto isso. Não dá para a pessoa deliberadamente se embriagar, pegar o carro, sair, atropelar uma pessoa, matar uma pessoa, depois voltar para casa e seguir a vida dele. O rapaz estava extremamente embriagado”, desabafou.

Dani foi morta aos 41 anos, enquanto praticava o esporte que mais amava (Reprodução, Redes Sociais)

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