Leandro Coelho Marques foi preso por descumprir medidas protetivas após ser denunciado por violência doméstica
A defesa do tatuador Leandro Coelho Marques, que ficou cego após ataque com soda cáustica, entrou com pedido de liberdade provisória depois que o homem foi preso por descumprir medidas protetivas. Ele foi denunciado pela ex-esposa por violência doméstica e teve o mandado cumprido no dia 2 de março deste ano por equipe da Deam (Delegacia Especializada de Proteção à Mulher).
No pedido, o advogado Vitor Elizeu Lima Guilhem pontua que Leandro não oferece riscos e que a manutenção da prisão viola os princípios da dignidade da pessoa humana, já que é cego e não há profissionais capacitados para lidar com a deficiência visual dentro das unidades penais, bem como a estrutura dos presídios dificultam sua locomoção, alimentação e higiene pessoal.
O advogado diz ainda que há risco elevado de violência e abusos por conta de seu estado de “vulnerabilidade extrema” e considera não existir indícios concretos de que Leandro é perigoso, ou que justifiquem a segregação. Vitor pede que sejam aplicadas medidas cautelares diversas da prisão e que o tatuador seja colocado em prisão domicilia, monitorado por tornozeleira eletrônica. Ainda não houve decisão do pedido.
Sobre o processo em que Leandro é acusado de dar golpe de R$ 80 mil na ex-esposa, uma técnica em farmácia, o Campo Grande News entrou em contato com o advogado e aguarda o retorno. Audiência de conciliação do caso está prevista para o final do abril.
De vítima a algoz – Em fevereiro de 2023, o tatuador foi atacado pela ex-namorada, Sônia Obelar Gregório, com soda cáustica no rosto. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para a Santa Casa, onde passou por procedimentos cirúrgicos, mas perdeu a visão.
Sônia foi presa no ano passado em Curitiba (PR), por força de mandado de prisão. Na ocasião, conforme o delegado Nasser Salmen, desde que a Vara Criminal de Campo Grande expediu o mandado de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima, a inteligência da polícia começou a dar apoio na captura. A mulher permanece custodiada na cadeia pública da capital paranaense.
No dia 7 de fevereiro, a reportagem encontrou Leandro em frente à Casa da Mulher Brasileira. Na ocasião, ele havia sido detido por violência doméstica e contou que em junho de 2024 casou-se com uma farmacêutica. Ele relatou que comprou uma casa no mesmo terreno que a residência da mulher e, meses depois, o relacionamento terminou, porém o fato de morarem no mesmo quintal virou motivo de briga e ciúmes, na versão do tatuador.
No dia 2 de março, Leandro foi preso, alvo de mandado de prisão, expedido pela 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher por descumprimento de medidas protetivas. A ordem judicial foi cumprida por equipe da Deam.
O mandado havia sido expedido no dia 21 de fevereiro pela juíza Adriana Lampert, pela quebra da medida protetiva.