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Como agir quando nossos filhos erram? 5 boas práticas e a importância dos erros

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Com certeza você já viu um filme que tem aquele personagem que faz de tudo para impressionar os pais e mostrar seu valor.

Esse tipo de história geralmente tem um final feliz, a família se reúne e resolve aquelas diferenças do passado que os deixaram distantes.

Mas nem sempre a vida imita a arte.

Quando os pais não sabem como lidar com os erros dos filhos, isso pode gerar problemas para o desenvolvimento da criança e até para o convívio familiar.

Ninguém é perfeito, inclusive as pessoas que mais amamos.

Portanto, os pais precisam saber como agir quando os filhos erram e qual o melhor caminho para oferecer suporte, amparo e, claro, conhecimento para que certas situações não se repitam.

Acompanhe este artigo e saiba como agir quando nossos filhos erram! Vamos apresentar boas práticas que ajudam a educar sem constranger.

Como a reação dos pais afeta os filhos diante dos erros?

Pode apostar: suas atitudes sempre terão consequências sobre os filhos.

Seja você aquela mãe que protege e dá colo sempre que algo acontece, aquele pai que sempre tenta trazer uma lição em vez de dar carinho de primeira ou aquele casal super protetor que sempre acha que errado são os outros.

A forma como reagimos às falhas e situações de erro podem ter efeitos duradouros e influenciar fatores como a resiliência, a competitividade, o respeito aos demais e a autoconfiança.

E se você pensa que isso é um papo subjetivo, saiba que existem pesquisas dedicadas a entender o impacto da reação dos pais perante os erros dos filhos.

Um estudo publicado pela Universidade de Stanford (EUA) apontou que as atitudes dos pais perante os deslizes infantis têm impacto sobre a segurança dos pequenos e sobre a percepção de sua própria inteligência.

De acordo com os pesquisadores, a crença das crianças em suas próprias capacidades mentais impactam, de fato, quão bem elas vão desempenhar as atividades intelectuais no futuro. 

É aquela velha história: criança costuma ficar com vergonha ao fazer coisas erradas.

Se a reação parental for de reprimenda, deboche ou falta de atenção, a autoconfiança pode começar a ruir e surge a insegurança.

Mas é bom deixar claro:

Não estamos falando de apoiar sempre. 

Se seu filho bateu no colega sem motivo, tirou notas baixas ou trouxe um brinquedo da escola sem pedir, é preciso corrigir e apontar que a atitude não está certa.

Mas isso não significa reprimir ou tratar a criança como um adulto totalmente consciente de seu desvio.

A educação é sempre o melhor caminho, por isso, veja abaixo algumas formas de agir perante os erros infantis.

5 formas de agir quando nossos filhos erram

Separamos abaixo 5 recomendações de atitudes que podem ser adotadas pelos pais na hora de lidar com os erros dos filhos.

Acompanhe e reflita sobre cada uma delas a seguir!

1. Dialogue

Em muitos casos, as crianças precisam entender o que estão fazendo antes de compreender porque aquela atitude é imprópria.

Lembre-se que as crianças não têm a mesma bagagem moral e social que um adulto.

Muitas atitudes que parecem absurdas entre os mais velhos, como arrancar algo da mão de outra pessoa, não parecem uma atitude insensata para os pequeninos.

Sempre tenha isso em mente e busque conversar com seus filhos para explicar a situação antes de fazer qualquer correção.

É a famosa relação de causa e consequência.

2. Cuidado com a sua vergonha

Sabe quando nossos filhos batem no colega no parquinho público ou fazem birra na frente dos parentes?

É comum que os pais fiquem morrendo de vergonha e essa frustração recaia sobre a criança numa correção de atitude.

O problema é que a sua carga não pode ir para uma criança. 

Você sente vergonha porque entende o erro, talvez seu pequeno não seja capaz de entender, e uma descarga emocional grande sobre ela pode ser muito ruim para seu desenvolvimento.

Se a situação gerou um cenário desagradável, fale com os outros adultos, peça desculpas a eles, mas não desconte no seu filho todo o desconforto que você passou!

3. Esqueça gritos e palmadas

A gente sabe que nem sempre é fácil manter a calma perante as crianças, ainda mais quando acontecem os erros, mas elevar a voz e agredir nunca é o melhor caminho.

O pai que troca o diálogo por uma reação enérgica consegue demonstrar ao filho que a situação o desagradou, mas será incapaz de ajudar a criança a correlacionar sua atitude com a consequência dela, além de criar um sentimento de humilhação que pode deixar marcas.

Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet apontou que o castigo físico é o caminho para gerar outros episódios de mau comportamento, algo que pode se estender durante a infância e adolescência.

4. Não crie punições surreais e ameaças

“Se você fizer isso de novo, nunca mais nós vamos voltar aqui na casa da vovó”, “se você não comer, pode esquecer a sobremesa para o resto do ano”, “se eu ouvir mais uma discussão entre vocês eu vou jogar esse videogame no lixo”.

Que atirem a primeira pedra os pais que nunca fizeram ameaças surreais para corrigir atitudes das crianças, não é mesmo?

Esse tipo de atitude nunca traz muito valor para a melhoria de comportamento.

Primeiro porque suas reprimendas nunca serão cumpridas (e uma hora as crianças vão perceber isso). 

Além disso, as ameaças só geram medo, nunca uma reflexão sobre os erros que estão sendo cometidos.

5. Dê amparo para melhorar

Mesmo que seu filho tenha um comportamento ruim, não se esqueça que os pais são a rede de apoio deles, portanto, é preciso dar amparo.

Isso não significa “deixar de lado” as consequências de certas atitudes, mas sim trocar o silêncio, a bronca e aquele clima de tensão por um momento de conversa, de apoio e, principalmente, de aprendizado.

Imagine que você cobrou seu filho para que ele estudasse para uma prova. 

Ele estudou muito pouco, foi mal e você está decepcionado.

Não é porque ele lhe frustrou que é hora de dar as costas.

Agora é o momento de correlacionar atitudes e mostrar que você está lado a lado com a criança para superar o desafio.

Após o fim do momento turbulento, nada melhor do que dar carinho e, claro, apontar como as mudanças de atitude foram essenciais para acabar com o problema.

O que as crianças podem aprender com os erros

Por mais que a vontade de todo pai e mãe seja dar uma vida perfeita e feliz aos filhos, uma coisa é certa: eles precisam errar.

Quem guarda o filho numa bolha perfeita está cegando a criança para os desafios da vida, que é cheia de caminhos tortuosos e deslizes (não é mesmo?).

As crianças aprendem com seus erros, assim como os adultos!

Na verdade, esses erros da infância são indispensáveis para montar a bagagem intelectual e moral delas.

Vamos à uma analogia: imagine que uma criança está prestes a pegar uma pimenta e colocar na boca.

Se todos os dias você evitar que isso aconteça, como ele vai saber o que aquele pequeno vegetal vermelho é capaz de fazer?

Como vai entender o porquê de não chegar perto dele?

Agora, se um dia houver “a permissão” para que esse erro seja cometido, pode ter certeza que a consequência dessa atitude deixará um ensinamento.

Calma, ninguém está recomendando que você seja sádico e deixe seu filho sofrer de propósito e nem que toda coisa errada precisa ser experimentada.

A ideia é pensar que certos erros ensinam muito melhor do que qualquer bronca dos pais, portanto, nunca devemos blindar as crianças perante os desafios do mundo.

Não seja um manual de normas

o que fazer quando filhos erram

Outro ponto bem importante para os pais que querem saber como agir quando os filhos erram é: não seja um regulamento ambulante. 

Pense que criar uma criança não é como seguir a constituição ou o código de trânsito, e seu papel não é ser um juiz de comportamento infantil.

Melhor do que ser especialista em “pode e não pode” é ser um pai ou uma mãe que convida o filho a pensar sobre o erro.

Pense sobre isso ao se deparar com deslizes cometidos pelas crianças.

Para que você entenda melhor essa relação, vamos voltar no exemplo da pimenta.

Se sua primeira atitude ao ver a criança chorando com a boca ardendo for “eu avisei você que isso arde!”, qual ensinamento você está criando?

A criança está ali, sofrendo, e sem muita capacidade de entender o que aconteceu e como aquela fala sua se relaciona com o acontecido.

Agora, imagina trocar essa reprimenda por uma sequência de boas atitudes:

  1. Ajudar na resolução do problema;
  2. Perguntar para a criança o que ela sentiu naquele momento;
  3. Conversar com ela sobre como aquela atitude causa aquele sentimento ruim;
  4. Convidar ela a pensar melhor antes de colocar qualquer alimento na boca sem conversar/ouvir o que seus pais estão falando.

Percebe que a bronca e o desconforto podem virar um momento de união, afeto e aprendizado?

É isso que você nunca pode deixar de ter em mente: ser pai não é carregar um livro de regras, mas ensinar dia após dia como se joga o jogo da vida. 

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