Um evento na próxima quinta-feira (28) vai discutir a implantação da Rede Alyne em Campo Grande, o programa foi lançado recentemente (setembro) pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reduzir a mortalidade materna no Brasil, principalmente entre as mulheres pretas e pardas. O IX Fórum Perinatal Municipal da Rede Alyne vai abordar assuntos relevantes à maternidade como oficinas sobre assuntos relevantes como a sífilis congênita, que é passada da mãe para o bebê, se não houver tratamento, as emergências pediátricas, a hemorragia pós-parto e o método canguru, que consiste na assistência neonatal como o contato pele a pele entre o recém-nascido e os pais em uma posição semelhante à do canguru com seus filhotes.
A gerente técnica de saúde da mulher da Secretaria Municipal de Saúde, Esthefani Uchoa, explica que cada oficina terá 30 vagas. “O Fórum Perinatal é um dispositivo transformador na organização e articulação dos serviços e qualificação do cuidado em saúde em rede”, salienta. A Rede Alyne que ainda está em fase de estruturação vai substituir a Rede Cegonha no SUS.
Mortalidade materna
O Ministério da Saúde calcula que o novo programa tem como objetivo reduzir a mortalidade materna no Brasil em 25%, entre mulheres negras e pardas a previsão é reduzir em até 50% até 2027, a maioria das vítimas tem entre 25 e 34 anos, baixo acesso escolar e baixa renda salarial. Para isso o Ministério da Saúde quer aumentar o cuidado humanizado e integral para gestantes, parturientes, puérperas e crianças.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a RMM (razão de morte materna) nos 38 países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujo Brasil também faz parte, chega-se ao patamar de 7 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Aqui, onde 98% dos partos são realizados em ambiente hospitalar, esta razão é 10 vezes maior.
A Rede Alyne terá novos métodos para o planejamento reprodutivo e atenção ao pré-natal. Um dos principais pontos envolve o aumento no valor do repasse para que estados e municípios possam realizar os exames do pré-natal. Atualmente, o repasse é de 55 reais por gestantes e passará a 144 reais mensais. O governo federal vai investir 400 milhões de reais só neste ano, chegando a um aporte de um bilhão de reais em 2025.
Alyne
O nome Rede Alyne homenageia Alyne Pimentel, carioca, preta, de origem humilde, que morreu grávida de seis meses por desassistência no município de Belford Roxo, baixada carioca, em 2002.
IX Fórum
O IX Fórum Perinatal Municipal da Rede Alyne começa às 07h30 e dura o dia todo, no CETPS – centro tecnologia e de educação profissional na rua Brasil, 616, Monte Castelo, a inscrição é gratuita pelo site https://www.even3.com.br/ix-forum-perinatal-municipal-da-rede-alyne-513504/ .
