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Polícia abre inquérito para apurar denúncia de estupro em escola particular de Campo Grande

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Instituição é referência em atendimento às crianças de 0 a 5 anos

 

 

Denúncia feita à polícia por uma mãe, em setembro, virou de cabeça pra baixo uma escola infantil no Centro de Campo Grande nesta quarta-feira (30). Segundo a mulher, a filha de 5 anos teria sido abusada pela professora assistente. A estudante de Pedagogia foi acusada pela mãe de tocar na vagina da criança.

Um mês depois, a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) garante que ainda está investigando, sem informar qualquer prova que incrimine a assistente ou revele negligência da escola.

Mesmo sem elementos, a tarde tem sido movimentada no colégio, com pais que já sentenciaram o lugar depois de lerem conversas em grupos de Whatsapp que falam de abuso durante o banho.

Por volta das 15 horas, pai chegou revoltado, dizendo que tiraria o filho da escola. Em seguida, mãe chorando apareceu ao lado do marido. Em tom mais equilibrado, o pai disse que antes de pegar o filho “gostaria de conversar” e entrou na sala da direção, que segue em sequência ininterrupta de reuniões.

Outro pai sentou em uma das poltronas da recepção e também espera o momento de ser recebido para entender o que há de real na história.

A cada pai, a direção informa que nunca houve qualquer denúncia à escola este ano contra a assistente, que já deixou a instituição “por motivos sem qualquer relação” com o suposto abuso. As responsáveis contaram que foram surpreendidas com a notícia e já destacaram uma advogada para ficar a par do que foi dito à DEPCA.

Representante da escola garantiu que a mesma mãe denunciou outra professora quando a filha tinha 3 anos. “Mas depois teve de pedir desculpas, pois não comprovou a agressão”, disse a mulher que terá o nome preservado enquanto as investigações não forem encerradas.

Desde a manhã desta quarta, procura-se algum elemento que sustente a denúncia, mas a Polícia Civil se nega a informar se vai arquivar o inquérito por falta de provas ou seguir em frente.

De novo – Não é a primeira vez que esse tipo de história se propaga com tamanha rapidez nos grupos de Whatsapp e desespera os pais.

Mesma situação ocorreu em outro colégio particular e com outra família, no Bairro Santa Fé, que em 2022 foi alvo de denúncia muito semelhante contra professora. Depois de uma mãe falar de abuso, outras quatro reclamaram e a funcionária foi demitida. Considerada especialista na primeira infância, a escola tem turmas com crianças de 0 a 5 anos e dois professores por sala.

Cerca de um mês depois, a DEPCA convocou a imprensa para dizer que em 28 dias de investigação foram ouvidas dez testemunhas, além de realizada escuta especial das crianças e perícia em computadores, notebooks e celulares da educadora e de seu marido. A polícia também analisou imagens das câmeras de segurança da escola e não encontrou nada suspeito.

Segundo os investigadores, a apuração verificou que em raríssimos casos a professora suspeita levou alunos ao banheiro e, mesmo nesses casos, em nenhuma das vezes foram com algumas das crianças cujas mães denunciaram.

Em nenhum caso, nem mesmo durante o depoimento dos cinco alunos – com idade entre 3 e 4 anos –, foi identificado ou encontrado algo que ligasse a professora aos supostos abusos.

Com relação às mães que denunciaram os casos, não há qualquer responsabilização, já que “elas tiveram uma dúvida e registraram denúncia. Nós investigamos e esse tipo de procedimento é natural”, informou, à época, a DEPCA.

Desta vez, também foram solicitados arquivos do mês de setembro para analisar imagens e verificar alguma coisa fora do comum, mas só agora a escola foi procurada pela DEPCA e as imagens ficam arquivadas por, no máximo, 30 dias.

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