Em Mato Grosso do Sul, 11 cidades implementaram a tecnologia 5G, o que representa uma cobertura de apenas 13,92%
Em um mês, o número de antenas 5G em Campo Grande cresceu 22%. Entre agosto e setembro houve um salto de 196 para 240 unidades, o que ampliou significativamente a conectividade na Capital. No entanto, a expansão dessa infraestrutura no interior de Mato Grosso do Sul continua abaixo do ideal, com muitas cidades possuindo pouca ou nenhuma antena.
Em todo o Estado, 11 cidades implementaram a tecnologia 5G, o que representa uma cobertura de apenas 13,92%, se considerado o número total de 79 municípios. Essa disparidade evidencia a desigualdade no acesso à tecnologia e impacta no desenvolvimento econômico e social dessas regiões. Além disso, vai na contramão da inclusão digital.
Dados do portal Conexis apontam que Campo Grande concentra 80% de toda a cobertura 5G do Estado, com 240 antenas distribuídas entre três operadoras: Claro, com 107 antenas; Tim, com 67; e Vivo, com 66. Ao incluir outras tecnologias de conexão (2G, 3G e 4G), o total de antenas na cidade sobe para 519, com a Tim liderando com 227 antenas, seguida pela Claro com 160, e Vivo com 132.
Na sequência aparece Dourados e Três Lagoas, ambas com 15 antenas. Ponta Porã com 9, Paranaíba com 5, e Aquidauana com 4. Bonito, Coronel Sapucaia, Corumbá, Ivinhema e Ribas do Rio Pardo possuem apenas uma antena 5G cada.
No interior, cobertura 5G atinge menos da metade dos municípios
Em contraste com a Capital, nas cidades do interior, a cobertura segue abaixo do ideal, de 30%. As outras dez cidades de Mato Grosso do Sul, juntas, representam aproximadamente 18,09% do total de antenas 5G. O Estado conta atualmente com 293 antenas, sendo a maioria operada pela Claro, com 121 antenas.
“A Claro lidera a tecnologia 5G em Mato Grosso do Sul com 50,3% de cobertura. Estamos presentes em Aquidauana, Bonito, Campo Grande, Dourados, Paranaíba, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas”, diz a operadora.
Em seguida aparece a Vivo, com 93 antenas, e a Tim, com 78. Já a operadora Algar Telecom possui apenas uma antena 5G localizada na cidade de Paranaíba, mas que cobre aproximadamente 40% da área urbana do município.
“Atualmente, a Algar Telecom possui uma antena 5G em operação no estado, localizada em Paranaíba e abrange cerca de 40% da área urbana da cidade. O município é o único no Estado que faz parte da área original de atuação da operadora”, esclareceu a Algar.
Crescimento do 5G
Questionada sobre a ampliação da cobertura em MS, a Vivo afirmou que a expansão ocorre de forma gradual.
“Além de Campo Grande, o 5G da Vivo está presente em Dourados, Aquidauana, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas. A expansão da rede para outras regiões é gradual e evolui de acordo com capacidades técnicas, demanda e autorizações para instalações de antenas”, disse em nota.
Já a Tim afirma que, embora possua cobertura 5G em apenas quatro cidades, a rede também atende parcialmente outros dois municípios de Mato Grosso do Sul.
“A TIM contempla mais de 44% do moradores de MS, conforme dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O 5G está presente em Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Ivinhema, além de contemplar parcialmente Itaporã e Terenos”, afirma a operadora.
Apesar de a cobertura estar abaixo do ideal, nos últimos meses houve um aumento significativo de antenas 5G em algumas cidades de Mato Grosso do Sul. Além da expansão em Campo Grande – que subiu de 196 para 240 no último mês – Três Lagoas viu o número de antenas subir de 10 para 15, Ponta Porã passou de 1 para 9, e Paranaíba adicionou três novas antenas, aumentando de 2 para 5. No entanto, as demais cidades não registraram crescimento ou chegada de antenas 5G.
Conforme o cronograma da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), até dezembro de 2026, 30% dos municípios brasileiros deverão ter cobertura 5G. A meta é atingir 60% até dezembro de 2027, 90% até dezembro de 2028, e 100% até dezembro de 2029.
Acesso ainda é desigual nas periferias de Campo Grande
Apesar desse avanço, a distribuição das antenas 5G em Campo Grande ainda é desigual. A densidade populacional nas áreas periféricas continua alta, enquanto o número de antenas nessas regiões é consideravelmente menor em comparação com os bairros nobres e as áreas centrais.
No Nova Lima, o bairro mais populoso de Campo Grande tem apenas três antenas de 5G, sendo que uma delas está instalada próximo de um condomínio de luxo. Com uma população de 41.131 habitantes, essa distribuição desigual reflete a discrepância no acesso à tecnologia.
No bairro Moreninhas, há apenas duas antenas 5G para atender os 24.494 habitantes. Em contraste, o bairro Santa Fé, considerado uma área nobre da capital, possui seis antenas para seus 4.690 moradores.
O cenário se repete em outros bairros de Campo Grande. No Jardim Centro Oeste, o segundo mais populoso da cidade, com 37.671 moradores, há apenas uma antena 5G. A mesma situação ocorre nos bairros Jardim Santa Emília, Parque Lageado e Nova Campo Grande.
Avanço tecnológico
A nova tecnologia 5G oferece velocidades até 100 vezes superiores às do 4G e possui baixa latência, o que significa um curto tempo de resposta entre um comando e a execução da ação. Isso possibilita inovações digitais em diversos setores, como comércio, indústria, agronegócio, saúde e educação.
Em 2021, o Governo Federal realizou um leilão das frequências 5G, que estabeleceu prazos e obrigações às empresas vencedoras. Campo Grande já atingiu a meta estabelecida para o primeiro semestre do ano: ter pelo menos uma antena para cada 30 mil habitantes. Atualmente, com 240 antenas, a cidade tem uma proporção aproximada de uma antena a cada 5 mil habitantes.
Entre as obrigações das empresas vencedoras do leilão estão:
- Levar cobertura 5G a todas as capitais e cidades com mais de 30 mil habitantes.
- Garantir cobertura 4G nas rodovias federais e em localidades ainda sem conexão.
- Implantar redes de fibra óptica em áreas com pouca ou nenhuma infraestrutura de conectividade.
- Implementar o PAIS (Programa Amazônia Integrada e Sustentável) e o Projeto da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.
- Custear a migração da TV parabólica para TV via satélite.
- Investir em projetos de conectividade em escolas.
Além disso, a implantação da rede 5G inclui a transferência da banda C (utilizando a faixa de frequência de 3,5 GHz) para a banda KU, com sinal digital. Esse processo de “limpeza” da banda C proporciona uma melhor qualidade de som e imagem na TV.
Vale lembrar que, para utilizar a tecnologia, os usuários precisam de aparelhos compatíveis. Atualmente, o Brasil tem 211 modelos de celulares homologados pela Anatel. A Samsung lidera com 55 opções, seguida pela Motorola (38), Xiaomi (21) e Apple (17). Confira a lista AQUI.
