Além de bloquearem o trânsito, motoristas xingam até quem está no direito de passar
A formação de filas para conversão proibida na Rua Ceará, em Campo Grande, vem tirando o sossego dos moradores e comerciantes que precisam acessar a via. Na segunda-feira (14), um motociclista chegou a perder o controle e colidir em um veículo que seguia no sentido contrário ao tentar ultrapassar uma “fila de conversão”.
Nas imagens, dois carros param para entrar na Rua Paraná, com as rodas na faixa zebrada que divide os sentidos. Um motociclista desce pelo mesmo sentido, mas perde o controle ao tentar ultrapassar pela contramão, bate no veículo parado e de frente com um Chevrolet Prisma que vinha no sentido contrário.
O problema não fica restrito àquele ponto da rua. Mais adiante, os moradores da Rua Caconde não conseguem acessar a Ceará, que têm direito à passagem, porque as filas de conversão à esquerda se formam nos dois sentidos. Segundo o corretor de imóveis Francisco Amorim, que tem 43 anos e mora na região há 8, a situação é pior no horário de pico da manhã, a ponto de não conseguir sair da própria garagem.
“Eu moro na Rua Caconde. Tenho que acessar a Ceará, mas é tanto carro parado para fazer conversão proibida que tem dias que demora mais de 5 minutos parado na esquina. Todos os dias eu tenho que ir entrando com carro para darem passagem, mas além de estarem errados, ainda sou xingado por entrar com o carro”, relata o morador.
Francisco destaca que todos já buscaram ajuda nos órgãos de trânsito, mas pedem que seja feito uma abaixo-assinado para tentar resolver a situação apenas naquele ponto da rua. “Vamos ter que organizar os documentos e levar na sede da Agetran (Agência Municipal de Trânsito)”.
É importante destacar que a conversão ilegal à esquerda é pena prevista no artigo 207 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), sujeito a multa de R$ 165,23 e atribuição de cinco pontos na carteira. Para pedestres, atravessar fora da faixa também é uma transgressão leve prevista no artigo 254, com multa de R$ 44,19.
No começo do mês, a Agetran divulgou que estuda instalar mais câmeras de videomonitoramento ao longo da via, uma das propostas de melhoria em segurança. O estudo está em fase de finalização e ainda não será divulgado se todos os cruzamentos vão receber monitoramento ou trechos considerados mais críticos.
Atropelamento e morte – No último dia 30, Genalva Rodrigues de Lima, 54 anos, morreu ao ser atropelada na via, ao atravessar fora da faixa de pedestres. A condutora que a atingiu informou que saiu da Rua Paraná para entrar na Ceará e não teve tempo hábil de frear.