Homem ‘prestava serviços’ em nome de empresa privada sem consentimento dos proprietários
Um homem, de 23 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de Rio Negro, cidade a 163 km de Campo Grande após ser constatado que ele era responsável pela prestação irregular de serviços de segurança e que usava contratos fraudulentos em nome de empresa privada.
Foram identificados ao menos seis eventos ocorridos em Rio Negro e onze eventos ocorridos na cidade de Rio Verde de MT, cuja segurança era realizada por ele.
A polícia verificou que algumas pessoas interessadas na expedição de alvarás de festas estariam buscando prestação de serviços de segurança em eventos com uma empresa privada de Três Lagoas, porém, sem o consentimento dos seus próprios sócios.
O caso foi descoberto pela polícia quando um dos sócios proprietários foi intimado para apresentar algumas informações sobre seus funcionários, por conta de uma briga em uma festa no mês de maio. O sócio disse que desconhecia qualquer contratação dos serviços de sua empresa na cidade.
Assim, com informações do proprietário, os policiais analisaram alguns alvarás concedidos anteriormente em que a empresa teria sido apontada pelos contratantes como responsável pela fiscalização e segurança dos eventos pretendidos.
Foram identificados ao menos 17 eventos em Rio Negro e rio Verde de MT sendo a empresa privada de Três Lagoas como responsável pelos serviços de segurança, cujos contratos fraudulentos foram apresentados para a concessão de alvarás emitidos pelas Delegacias de Polícia.
O Setor de Investigação da polícia, apurou que a contratação fraudulenta estaria sendo intermediada pelo rapaz que receberia tais valores dos contratantes e em espécie ao final dos eventos, o que dificultava ainda mais a investigação e controle do poder de polícia.
A empresa, nesse caso, também é vítima do autor, que utilizava o nome dela para emitir contratos falsos.
Segundo a polícia, o homem empresa registrada em seu nome no setor de “serviços de feiras, congressos, exposições e festas”.
Nas redes sociais ele se mostra com fardamento típico das forças de segurança e próximo de veículos oficiais, de modo a insinuar pertencimento aos quadros públicos, ludibriando, ainda mais, possíveis contratantes.
O delegado Gabriel Cardoso explicou que o acusado se valeu das restrições impostas pela Polícia Civil para a emissão de alvarás de festas, conforme as orientações trazidas pela Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), que exige a apresentação de empresa de segurança homologada pelo Departamento de Polícia Federal, reduzindo a oferta de empresas concorrentes e abriu oportunidade para a prática do crime.
Alerta
A Polícia Civil adverte a população interessada que se certifiquem da documentação apresentada na Delegacia para a emissão de alvarás, principalmente com atenção sobre as questões de segurança relacionadas ao evento (pessoal, estrutura e demais adequações), o que poderá implicar em consequências nas esferas cível e criminal.
“Todas as atividades e alvarás concedidos com base nos contratos fraudulentos foram cancelados e serão revistos oportunamente, sendo certo que eventuais interessados podem buscar a Delegacia de Rio Negro para maiores esclarecimentos sobre os fatos”, esclarece o delegado.
Vale esclarecer que a empresa privada de Três Lagoas é legítima e encontra-se em exercício regular, porém era usada de forma fraudulenta na região pelo autor, prestando serviços sem qualquer conhecimento do proprietário.