Ex-presidente descumpriu ordem judicial que se referia a não exercer qualquer função na entidade
Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (28), por seguir ‘dando pitaco’ nos bastidores da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, além de participar de reuniões na própria residência, com a presença de presidentes dos clubes e demais dirigentes.
Segundo a nota divulgada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), as ações configuraram uma quebra de medida cautelar imposta para sua liberdade. Ele saiu da prisão no dia 6 de junho e vinha participando nos bastidores do futebol sul-mato-grossense, mesmo que uma das condições era se manter afastado de qualquer função relacionada a entidade.
Assim, o Gaeco requereu a prisão preventiva de Cezário, que foi acatado pelo Poder Judiciário e cumprido nesta quarta-feira. Além disso, também foi cumprido mandado de busca e apreensão no imóvel do ex-dirigente.
“Verificou-se que, a despeito da proibição judicial, o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da entidade, articulando com aliados e fazendo reuniões em sua residência com Presidentes de Clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar de perto as reuniões que ocorriam no âmbito da FFMS”, diz a nota do Gaeco.
Essa é a segunda vez que Cezário é preso na própria residência. Na primeira oportunidade, em maio deste ano, ele foi alvo da Operação ‘Cartão Vermelho’, que apurou que tanto ele, como a alta cúpula da FFMS, desviaram mais de R$ 6 milhões dos cofres da entidade, além de lavagem de dinheiro com uma organização criminosa.
Naquela ação investigativa, o Gaeco informou que o desvio do montante aconteceu entre o período de setembro de 2018 a fevereiro de 2023. O ex-presidente da FFMS havia sido preso por força de um mandado de prisão, além de ser alvo de mandados de busca e apreensão. Porém, recebeu liberdade provisória no dia 6 de junho, e estava solto sob a condição de ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
Defesa – Francisca Rosa de Oliveira, advogada e irmã de Cezário, disse que todos foram pegos de surpresa com a ação do Gaeco e alegou que “estamos sendo vítimas de uma coisa que não estamos sabendo”.
“Não existe nada que diga que houve esse desvio de dinheiro, porque não existe Coaf que realmente investiga desvios financeiros, não existe Febrapan, não existe imposto de renda, Receita Federal. Então ninguém entende porque esse tipo de ação”, disse.