Adolescente foi esfaqueado depois de uma briga entre a mãe e o padrasto
O adolescente Kauã Henrique, de 17 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande, na noite deste domingo (21), depois de ser esfaqueado no abdomen pela mãe, de 43 anos, no bairro Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande.
O adolescente teve exposição de vísceras e foi socorrido em estado grave para o hospital, mas acabou morrendo às 17h31, na Santa Casa. A mulher foi presa e encaminhada para a delegacia e deve passar por audiência de custódia.
Conforme o relato de testemunhas, a mulher estava discutindo com o marido, que é padrasto da vítima. Os dois homens estariam bebendo no local. Em seguida, a mulher começou a brigar com o esposo e o jovem entrou na discussão para impedir que o padrasto fosse esfaqueado.
O esposo foi embora e mãe e filho ficaram discutindo. Teria sido neste momento que a mulher usou uma faca de cozinha para atingir o adolescente na região do abdomen. “Mãe, por que você fez isso?”, teria dito o garoto, que correu e depois de alguns metros caiu no chão.
O crime ocorreu em frente a uma kitnet em que o casal mora. Segundo vizinhos, o adolescente mora com a avó no bairro Jardim das Meninas e visita a mãe aos fins de semana. O casal se mudou para o endereço há cerca de cinco meses e as brigas seriam constantes. “Eles brigam direto, mas nunca chegou neste ponto”, relatou um morador.
Muito abalada e sem acreditar que o neto foi assassinado pela própria mãe, a avó do adolescente pede por justiça pela morte precoce do menino que ela criou e viu crescer.
“Peço por justiça porque uma mulher dessa que é capaz de matar o filho é capaz de matar qualquer pessoa, espero que ela nunca mais saia da cadeia. Se eu tivesse dinheiro eu pagaria um advogado para nunca mais deixar ela sair de lá”, pediu a aposentada Angelita de Araújo, 65 anos.
Na manhã de hoje, Angelita relatou que a vítima morava com ela desde quando tinha 2 anos, após ela conseguir a guarda do neto. “Ela abandonou ele e o irmão aqui sem roupa, sem documento, sem nada, só com o chinelo no pé. Foi eu que criei eles, não foi fácil, foi bastante difícil. Criei meu neto para ela vir e matar ele. Eu não entendo isso”, chorou.
Conforme Angelita, essa não foi a primeira vez que a assassina confessa, Rozely Henrique, 43 anos, esfaqueou uma pessoa. “Ela já esfaqueou outros dois ex-maridos durante brigas, inclusive o atual já foi ferido duas vezes. Ela já fez isso várias vezes, mas agora infelizmente conseguiu o que queria, matar alguém”, afirmou.
Angelita revelou ainda que a relação dela com Rozely nunca foi boa, mas depois que os netos cresceram a convivência melhorou um pouco. “Ela sempre vinha aqui em casa para chamar os meninos para irem na casa dela. Como ela é a mãe biológica eles acabavam indo, mas lá sempre tinha confusão”, disse.
A avó do adolescente conta que ficou sabendo do crime através de um homem conhecido da família. “Veio aqui e disse que ele [vítima] estava caído na rua esfaqueado. Quando eu cheguei lá os bombeiros já tinham levado ele para a Santa Casa”, relembra.
Angelita foi até o hospital levar os documentos do neto e logo após chegar recebeu a notícia da morte. “Os médicos falaram que uma das facadas atingiu uma artéria dele, foi por isso que ele morreu, foram duas facadas”, expôs.
A avó descreveu o neto como companheiro e trabalhador. “Ele era o neto que mais ficava em casa comigo, sempre estava aqui. As vezes fazia bico para conseguir dinheiro, mas como era jovem não tinha emprego fixo”, finalizou chorando.