Com medo e insegurança, moradores do bairro Mata do Jacinto reivindicam reforço nas ações ostensivas
Era para ser uma reunião para debater as feiras do bairro Mata do Jacinto com a prefeita Adriane Lopes (PP). Mas a pauta que tomou conta do encontro foi a insegurança dos moradores por conta do lugar conhecido como Carandiru, localizada na Rua Polônia, que são os apartamentos do que era para ser o Condomínio Nova Alvorada.
O prédio condenado pelo Corpo de Bombeiros teve as obras paralisadas em 2002. De lá para cá o local foi invadido por pessoas que não têm onde morar. Em maio deste ano, uma ordem de despejo deu prazo de 60 dias para os 80 moradores irregulares saírem do local.
Para a dona de casa, Ana Cristina da Silva Arruda, 31 anos, que mora no bairro há 6 anos, os vizinhos dão medo. “Fica um monte de malandro sentado na frente das casas, passando pelo bairro. Isso gera uma insegurança. Principalmente eu que tenho filho pequeno. Ficam batendo na porta pedindo dinheiro e doações, ficamos com medo deles tentarem assaltar ou fazer algo pior”, disse.
Morando há três anos no local, a professora Roze Maclaine, 56 anos, acrescenta o número crescente da violência. “Tem acontecido muitos assaltos e a nossa preocupação maior são as crianças. Sentimos uma insegurança muito grande para sair de casa. Eu costumava a caminhar à noite, mas por conta do medo e insegurança, tive que mudar de horário e fazer os exercícios de manhã, antes de ir ao trabalho”, lamentou.
A situação também impactou na economia local. O empresário Edson Vicente de Oliveira Júnior, 33 anos, mora na Mata do Jacinto há seis anos e decidiu abrir o próprio negócio. “Montei uma loja de roupas femininas na Avenida Alberto Araújo Arroio. Em um ano fomos roubados cinco vezes. Eu tinha que entrar no Carandiru para recuperar minha mercadoria. Por isso desisti do negócio e vendi o ponto”.
Eles exigiram a presença da Guarda Municipal para não ter problemas com a vizinhança. A prefeita definiu que a partir da próxima segunda-feira (17) haverá uma base móvel próxima ao Carandiru.
“A base ficará no local por 15 dias. Essa será a resposta que está ao alcance da Prefeitura. Em abril, fizemos uma reunião na Defensoria Pública para tratar do assunto. Na ocasião as secretarias de assistência social, de segurança e de habitação para dar encaminhamento da situação e apenas 40 famílias se cadastraram”, relembrou.
Ela justificou que dentro do prédio particular a gestão municipal não pode intervir. “Vamos fazer um levantamento da situação e vamos provocar as forças do estado também”, acrescentou.
O secretário Municipal de Segurança Pública, Anderson Gonzaga da Silva Assis, estava presente na reunião e afirmou que o comandante da Guarda na área irá até as ruas próximas ao Carandiru para definir onde será o ponto da base móvel. “Precisamos do fornecimento da energia elétrica para funcionar e a ideia é ficar bem próximo ao condomínio todos os dias, até às 22h. Após os 15 dias de presença, será realizada ronda ostensiva no local”.