Possibilidade de associação criminosa é investigada pela Polícia ligando pessoas com informação privilegiada
A prisão de funcionários terceirizados de uma empresa de telecomunicação, de 31 e 54 anos, na noite de segunda-feira (27), no bairro Jóquei Clube, em Campo Grande, flagrados furtando fio de cobre, acende um alerta na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul quanto à possibilidade no aumento de associação criminosa envolvendo pessoas ligadas diretamente às companhias de telefone e internet.
No caso em questão, conforme Boletim de Ocorrência, um morador acionou a GCM (Guarda Civil Metropolitana) ao perceber que dois homens estavam retirando fios de cobre do poste de energia.
Quando a equipe chegou ao local, os suspeitos estavam uniformizados, identificados com crachá de uma empresa de telefonia, alegando que realizavam serviço solicitado por uma cliente. Informaram que como o local onde os cabos são dispensados estava fechado, deixariam os objetos nas casas deles até pela manhã.
Desconfiados, os agentes foram até o endereço repassado pelos autores e constataram que não havia nenhum depósito de cabos e fios ligados à empresa. Além disso, foi feito contato com o chefe da dupla, que confirmou não ter autorizado nenhum serviço na região.
A moradora apontada pelos homens como quem solicitou o serviço também compareceu ao local e disse que não fez nenhum pedido. Ambos foram presos e encaminhados à Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Após audiência de custódia nesta quarta-feira (29), os dois tiveram a liberdade provisória expedida pela Justiça do Estado.
Recorrente – O delegado Rodrigo Camapum destacou que somente em 2024, 27 registros de furtos de fios foram feitos na Depac Cepol e 33 pessoas conduzidas em flagrante.
Desse total, a grande maioria se refere a pessoas praticando o delito sozinhas para manter o vício em drogas. Porém, o surgimento de funcionários de empresas de telecomunicação ou terceirizadas cometendo os crimes, acende um alerta.
“Existem aqueles indivíduos que a partir do momento que se aliam aos receptadores, tendo um vínculo subjetivo pronto (comete o furto e tem local certo para venda) e já está todo mundo alinhado, eu poderia sim ligar isso a uma associação criminosa, mas é preciso investigação para confirmar”, disse.
Além disso, Camapum destaca que a grande maioria dos casos ocorre no período noturno, quando a vigilância fica prejudicada. “Não tem que como ter um policiamento 24h em todas as esquinas. A gente percebe que o furto de fios não ocorre só da fiação de energia pública, mas também de residências. Isso traz prejuízo pra todos”, afirmou.
Para que os casos sejam melhores investigados, a Polícia ressalta que a população sempre registre Boletim de Ocorrência.