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Redução nas áreas de plantio elevou preço do arroz em quase 30%

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Mato Grosso do Sul é um dos estados onde o plantio do arroz tem espaço na agricultura, mas se manter no setor exige resiliência

 

Queridinho no prato de qualquer brasileiro o arroz tem ficado mais caro, por conta da diminuição nas áreas de cultivo no país. Nos últimos 12 meses até março, o preço subiu quase trinta por cento (28,39%).

arroz supermercado
Consumidor escolhendo arroz em supermercado. (Foto: Marcelo Camargo/AgênciaBrasil)

A área de plantio do cereal reduziu 60% nos últimos 20 anos, espaço que foi ocupado, principalmente, para o cultivo da soja e do milho, apontam os especialistas.

Mato Grosso do Sul é um dos estados onde o plantio do arroz tem espaço na agricultura. Há 13 anos Vanilton Aparecido dos Santos se dedica ao cultivo e processamento de arroz em Itaporã, cidade a 211 quilômetros da capital. Mas se manter no setor exige resiliência.

“Eu sigo no plantio de arroz por conta da agroindústria, que a gente beneficia e aí isso já agrega mais valor e aí compensa plantar, mas a maioria aqui abandonou o arroz é por questão de preço mesmo, porque o arroz cai muito o preço, quando chega na colheita, cai muito, aí a conta não fecha”.

Vanilton Aparecido dos Santos, agricultor.

 

vanilton arroz
Vanilton Aparecido dos Santos, produtor de arroz em Itaporã.

Nesta temporada, a expectativa é de que a produção total de arroz chegue perto de 11 milhões de toneladas, que é o limite para atender o consumo brasileiro.

“Muitos produtores vem reduzindo a área para plantar culturas de rentabilidade maior, como é o caso da soja, por tudo isso, pelas reduções de áreas e por problemas climáticos que o Rio Grande do Sul vem sofrendo nos últimos anos, principalmente, é que a produção brasileira fica cada vez mais ajustada em relação ao nosso consumo interno, refletindo, obviamente, nos preços que tem subido nos últimos anos”.

Carlos Barradas, gerente do LSPA-IBGE (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Na safra de 2004/2005, eram 3 milhões e novecentas mil hectares de área plantada. Neste, a previsão é de um milhão e quatrocentos mil.

“Basicamente a gente tem uma pressão de consumo bastante grande, uma cultura super tradicional que está sempre no prato do brasileiro, mas o que acontece é que esses níveis de consumo, agora, estão ficando muito próximos dos níveis de produção. Então é um cenário de eventual necessidade de importação a custos maiores, pelo menos em reais, e isso pode pressionar um pouco a inflação.”

André Diz, pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Agro.

 

Diante deste cenário pouco animador para os produtores, a Agraer-MS (Agência de Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul) oferece atendimento técnico de graça.

“Hoje a Agraer tem polo, ou seja, locais fixos, escritórios fixos, nos 79 municípios do estado pra atender o produtor com uma assistência técnica de qualidade. Tudo aquilo que for necessário para o pontapé inicial de uma produção, ou até mesmo para uma produção já em andamento, sem custo algum”.

Douglas Martins Pereira Pelin, engenheiro agrônomo.

 

O assessoramento rural prestado pela agência, pode estimular novos produtores que também queiram investir no plantio de arroz no estado. O agricultor de Itaporã pretende continuar na área e quer passar para os filhos tudo o que aprendeu.

“Desde pequeno eles já estão juntos com a gente e também aprenderam a gostar. Eu acho que eles vão dar continuidade nesse trabalho, não vão parar não”.

Vanilton Aparecido dos Santos, agricultor.

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