Ministério Público pediu a prisão temporária para colher provas e evitar a interferência de agentes durante a investigação
A defesa dos policiais militares, sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos, deve pedir a revogação da prisão durante o plantão do judiciário neste sábado. A dupla foi presa na sexta-feira (17), durante a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por suposto envolvimento na morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, em Anastácio, no dia 8 de maio.
O Ministério Público de Anastácio determinou a prisão temporária para apuração das provas, assim, exigindo a prisão dos PMs para evitar a interferência nas investigações. O pedido foi acatado pelo juiz Luciano Pedro Baladelli, da 1ª Vara da Comarca da cidade.
“A defesa confia plenamente que todas as investigações serão isentas, sem ouvir o clamor popular, mas sim, que buscarão à verdade real, sem qualquer tipo de interferência social, razão pela qual a defesa apresentou e apresentará testemunhas essenciais à elucidação do caso, e assim espera que o MPE ouça todas, na mais pura isenção. O Ministério Público de Anastácio pediu pela prisão anexando apenas e tão somente alguns elementos produzidos em procedimento interno, omitindo do Juízo as demais provas já produzidas no Inquérito Policial Militar, razão pela qual faz-se imprescindível o juízo conhecer esses outros elementos já levantados em investigação pelo IPM (Inquérito Policial Militar)”.
Acessos à investigação
Ainda na sexta-feira, a defesa conseguiu acesso aos autos de investigação da Promotoria de Anastácio sobre o caso. De acordo com a defesa, a promotoria negou acesso às informações com argumento de que: “com vistas a preservar a segurança da sociedade e a própria manutenção da ordem pública”; “estar-se-ia possibilitando que investigados, e consequentemente organizações criminosas, antecipassem possíveis e futuras investigações”.
A operação que culminou na prisão dos PMs e do ex-prefeito, foi realizado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) nas primeiras horas da manhã desta sexta (17). Segundo testemunhas, o sargento e o cabo acompanhavam, armados, o ex-prefeito Douglas Figueiredo desde a hora que ele chegou até o momento que deixou o local. Boletim de ocorrência do caso foi registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’. Os dois servidores da segurança pública também foram afastados.
O laudo oficial aponta que dois disparos atingiram o ex-parlamentar no dia 8 de maio, sendo um na escápula e barriga. A bala atravessou o corpo. Com isso, ainda há suspeita sobre a tese de que os policiais teriam atirado para desarmar Dinho. Já alguns moradores de Anastácio afirmam que a ex-vereador foi vítima de uma execução.