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Após 2 anos de morte de Raul, mestre de capoeira começa a ser julgado por abusos sexuais

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Processo contra capoeirista está em fase de audiências de instrução e julgamento; ele permanece solto

 

Vítimas de abusos sexuais relataram em vídeo as séries de abusos sofridos durante anos, vindos de um professor de capoeira em Campo Grande. Primeiras denúncias surgiram há quase quatro anos, porém apenas neste ano o mestre de capoeira começa a ser julgado.

O processo contra o capoeirista está em fase de audiências de instrução e julgamento. No dia 20 de março foi iniciada a fase de audiências de um dos processos contra o acusado, no Fórum de Campo Grande.

Após vítimas e testemunhas terem sido ouvidas, de acusação e defesa, na tarde desta sexta-feira (26), chega a vez do réu ser interrogado. Mesmo com várias denúncias e processos, o professor de capoeira segue solto e deve ser inquirido por videoconferência, supostamente de uma cidade do litoral do Paraná.

Até o momento, há pelos menos 20 denúncias contra o réu. O processo corre em segredo de justiça. Após interrogação e terminadas as oitivas e apresentação de evidências, o juiz deve decidir se há provas suficientes para condenar o acusado.

Em vídeo divulgado por amigos e vítimas, os ex-alunos relatam as situações que passaram e como se sentem após os abusos sofridos. Eles pedem justiça a Raul Pablo Antunes de Brum, que tirou a própria vida após não conseguir lidar com os abusos.

Entenda o caso

O mestre de capoeira foi acusado de abuso e importunação sexual contra alunos, alguns menores de idade, em Campo Grande. Em novembro de 2020, Raul Pablo Antunes de Brum, 18 anos, e o primo, foram à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, denunciar as importunações sexuais do capoeirista.

Raul foi aluno do suspeito, quando ainda era menor de idade. Ele, inclusive, organizou protesto em frente à academia do criminoso, no mês seguinte à denúncia. Após o caso vir a tona, diversos outros alunos denunciaram o caso a polícia.

No entanto, em 1º de outubro de 2021, Raul foi encontrado morto no Parque das Nações Indígenas após não saber lidar com a impunidade do algoz e com a dor de sofrer os abusos.

‘’Raul passou a se sentir injustiçado e menosprezado pela Justiça. Inseguro, isso o levou a tirar a própria vida. Ao todo são 13 vítimas sem resposta’’, desabafa um amigo.

Um pedido de prisão chegou a ser requisitada, porém, a Vara da Infância e Juventude de Campo Grande negou o pedido de prisão do suspeito, o que causou a revolta das vítimas.

 

 

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