José Roberto de Souza morreu no presídio, um ano e dois meses após o crime em Campo Grande
O policial reformado José Roberto de Souza, acusado do assassinato do empresário Antônio Caetano, de 67 anos, no Procon no dia 13 de fevereiro de 2023, durante uma audiência de conciliação, morreu nesta sexta-feira (19), em Campo Grande. Ele estava no Centro de Triagem Anísio Lima, na cela 17.
Segundo o advogado da família, José Roberto Rosa, o policial estava com influenza e teve falência múltipla dos órgãos. Além disso, estava debilitado, era renal crônico, diabético e teria pegado uma pneumonia, além da influenza.
No domingo, a esposa de José Roberto fez a última visita ao policial. Ele estava bastante debilitado, conforme informou o advogado.
Em coletiva com a imprensa, o advogado ressaltou que tentou 6 pedidos de habeas corpus para que José Roberto fizesse o tratamento para os rins. “O último pedido foi feito hoje de manhã”, pontuou.
Por fim, o advogado informou que a família deve entrar com pedido de indenização contra o Estado.
Em dezembro, o policial teve de ser internado por desnutrição e após um surto psicótico. Na época, a defesa iria pedir à Justiça que ele fosse transferido para o hospital psiquiátrico Nosso Lar.
Contudo, o Tribunal do Juri de Mato Grosso do Sul solicitou ao juiz da 1ª Vara das Execuções Penais da Capital, Dr. Fernando Chemin Cury, a transferência do PM para a cela 17 do Centro de Triagem, onde ficam ex-policiais e presos com formação de ensino superior, com melhores condições de atendimento e médico em período integral.
José Roberto foi reformado em 2015 por problemas psicológicos
José Roberto foi reformado em 2015 por problemas psicológicos. Na reserva desde 2011, ele acabou perdendo o porte de arma, bem como devolveu a arma funcional para a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
Conforme apurado, o militar foi para a reserva remunerada em 2011, sendo reformado já em 2015. Isso teria ocorrido por problemas psicológicos, no entanto, não foram especificados quais seriam esses problemas.
Relembre o caso
No dia da prisão do policial, a defesa alegou que ele agiu mediante violenta emoção, após ter outras discussões com o empresário Antônio Caetano, de 67 anos. Conforme o advogado José Roberto da Rosa, o militar reformado firmou um acordo com Caetano, para um serviço na SW4 dele. Assim, Caetano prestaria o serviço de retífica do motor do veículo.
O valor teria ficado em R$ 30 mil, mas ainda conforme a defesa, Caetano teria apresentado uma nota fiscal de R$ 22 mil. A partir daí começaram os problemas com José de Souza.
O caso acabou precisando ser levado ao Procon, onde houve uma primeira audiência de conciliação, no dia 10 de fevereiro. Assim, Caetano se comprometeu a levar a nota fiscal no valor correto no dia 13.
José Roberto havia entrado com uma reclamação no Procon alegando ter sofrido transtornos neste período. Ele havia pedido uma indenização. No entanto, a causa foi ganha pelo empresário que demonstrou mediante documentos que havia refeito o serviço para o militar assim que foi cobrado do defeito.
Já no dia do crime, durante a conciliação, o empresário cobrou o policial sobre os R$ 630 que ele havia ficado devendo e, nisso, José Roberto se levantou dizendo que iria pagar a dívida e atirou contra Caetano, que morreu no local.